Descrição de chapéu União Europeia Rússia

Petróleo tem máxima de 7 anos e preço pode passar de US$ 100

Tensões geopolíticas, forte demanda e tempestade nos EUA contribuem para aumento

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rowena Edwards Divya Chowdhury
Londres e Mumbai | Reuters

Os preços do petróleo atingiram máximas de sete anos, nesta sexta-feira (4), com tensões geopolíticas e uma tempestade de inverno nos Estados Unidos alimentando preocupações sobre interrupções no fornecimento. Especialistas dizem que preços ainda devem subir mais, passando de US$ 100 (R$ 532) por barril.

O petróleo Brent subia mais de 1,5%, a US$ 92,70 (R$ 493) por barril, por volta das 9h (horário de Brasília), perto dos maiores níveis desde 2014.

O petróleo West Texas Intermediate, negociado nos EUA, tinha alta semelhante, para US$ 91,90 (R$ 488) por barril, depois de também atingir um pico de sete anos.

Ambos os indicadores estavam a caminho de um sétimo ganho semanal consecutivo.

Trabalhador em unidade de armazenamento de petróleo na Índia - Parth Sanyal - 29.ago.2009/Reuters

"A última alta foi desencadeada por uma onda de frio no Texas, que está alimentando preocupações sobre interrupções de produção na Bacia do Permian, o maior produtor de 'shale' [gás de xisto] dos EUA", disse Carsten Fritsch, analista de commodities do Commerzbank.

Uma enorme tempestade de inverno varreu as regiões central e nordeste dos Estados Unidos na quinta-feira (3), derrubando a energia de milhares de pessoas.

Forte demanda e crise entre Rússia e Ucrânia pesam no aumento

Estrategistas de mercado disseram, nesta semana, que os preços do petróleo devem passar de US$ 100 por causa de uma potencial guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Esta é uma de suas principais preocupações para os mercados em 2022.

"O principal risco geopolítico é a Ucrânia", disse John Vail, estrategista-chefe global da Nikko Asset Management, de Tóquio. "A tendência parece boa em geral para commodities."

Os preços do petróleo ganhariam se a oferta global fosse interrompida e à medida que a demanda do gás natural aumentasse na Europa e na Ásia.

O fim de restrições por Covid-19 também impulsiona o consumo de combustíveis de aviação e outros, disseram três estrategistas ao GMF (Reuters Global Markets Forum).

Bjarne Schieldrop, analista-chefe de commodities do SEB em Oslo, disse que o petróleo em termos equivalentes já parece "barato" em comparação com o gás natural.

O estrategista de mercado global da Invesco, baseado em Hong Kong, David Chao, previu que os preços do petróleo podem subir de 10% a 15%.

"Isso colocaria uma tremenda pressão ascendente sobre a inflação nos países ocidentais, o que forçaria muitos dos principais bancos centrais a aumentar preventivamente as taxas de juros", disse Chao.

Vail, da Nikko, acredita que os bancos centrais terão dificuldade em controlar a inflação crescente e espera que o Federal Reserve dos EUA aumente as taxas de juros sete vezes este ano.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.