Descrição de chapéu PIB indústria

PIB brasileiro cresceu 4,7% em 2021, projeta monitor da FGV

Indicador compensa perda de 2020, mas ainda é inferior ao período de 2013 e 2014

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 4,7% no Brasil em 2021, projetam dados do Monitor do PIB do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). A estimativa foi divulgada nesta terça-feira (15).

Com o resultado, a atividade compensaria a perda de 3,9% registrada em 2020, ano inicial da pandemia, aponta o monitor. O pesquisador Claudio Considera, coordenador do levantamento do FGV Ibre, afirma que a alta está relacionada em grande parte à base de comparação fragilizada pela Covid-19.

Entre os grandes setores da economia, o destaque veio de serviços, cujo avanço foi de 4,7%. O segmento é o principal pela ótica da oferta no PIB. Também é o grande empregador na economia brasileira.

O avanço de serviços, diz o monitor, foi estimulado pela vacinação contra o coronavírus. Em 2020, o setor havia caído 4,3%.

Ainda sob a ótica da oferta, a indústria avançou 4,4% em 2021, após queda de 3,4% no ano anterior. A agropecuária subiu 0,6%, depois de elevação de 3,8% em 2020.

"A economia brasileira em 2021 compensou a queda de 2020, crescendo 4,7%, graças, principalmente, ao crescimento do setor de serviços em virtude da vacinação. Todos os componentes, tanto da oferta como da demanda, apresentaram crescimento", disse Considera.

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias subiu 3,4% em 2021, após tombo de 5,4% no ano anterior. O crescimento já era esperado devido à baixa base de comparação causada pela pandemia e ao avanço da vacinação contra a Covid-19, sinaliza o monitor.

Já os investimentos produtivos na economia, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo, avançaram 16,7% na comparação com 2020. O recuo havia sido de 0,5% no ano inicial da crise sanitária.

Além disso, a exportação subiu 5,4% no ano passado, e a importação, 13,2%. Já o consumo do governo avançou 1,7%.

"Se a gente tivesse antes a preocupação com a vacina, o PIB poderia ter crescido mais", aponta Considera.

Consumidores fazem compras em loja na capital paulista - Danilo Verpa - 26.nov.2021/Folhapress

O monitor busca antecipar o ritmo da atividade econômica no Brasil mês a mês. O resultado oficial do PIB é calculado a cada três meses pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A próxima divulgação do IBGE, referente ao quarto trimestre e ao acumulado de 2021, está agendada para o dia 4 de março.

Em valores correntes, o FGV Ibre estimou PIB de R$ 8,685 trilhões. O indicador de 2021, contudo, ainda é inferior aos do período de 2013 e 2014, antes da recessão que derrubaria a economia em 2015 e 2016, pondera o levantamento. ​ ​

No caso do PIB per capita, que divide a produção de bens e serviços pela população, o desempenho é ainda mais fraco. O indicador é inferior ao de 2010, segundo o monitor.

Alta de 0,7% no quarto trimestre

Na análise trimestral, o monitor do PIB indicou crescimento de 0,7% no quarto trimestre, ante o terceiro. Em relação ao quarto trimestre de 2020, o avanço foi maior, de 1,9%.

Na análise mensal, o PIB teve alta de 0,8% em dezembro, frente a novembro. Na comparação com igual mês de 2020, a elevação chegou a 3%.

Na visão de analistas, o cenário para a economia em 2022 é mais complicado. Em meio a incertezas eleitorais, inflação persistente e juros mais altos, projeções indicam PIB com variação próxima de 0% no acumulado deste ano.

"O Boletim Macro do FGV Ibre faz uma projeção de 0,7%. É um resultado muito baixo. Não vejo nenhum grande fator de crescimento neste ano", avalia Considera.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.