Descrição de chapéu juros

Vendas no varejo recuam em dezembro, mas fecham 2021 com alta de 1,4%

Setor é ameaçado por inflação mais alta, apontam analistas

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Rio de Janeiro

As vendas do varejo brasileiro recuaram menos do que o esperado em dezembro e acumularam crescimento de 1,4% em 2021. Foi o quinto ano seguido de avanço no volume de negócios do comércio, divulgou nesta quarta (9) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Apesar do resultado positivo, o setor deu sinais de perda de fôlego com o passar dos meses. O quadro deixa analistas em alerta, ainda mais em meio a um contexto de inflação persistente, juros mais altos e renda fragilizada.

As vendas varejistas apresentaram recuo de 0,1% em dezembro, na comparação com novembro, de acordo com o IBGE. A contração foi menor do que a esperada por analistas em pesquisa da Reuters. A estimativa era de queda de 0,5%.

Na comparação com o mesmo mês de 2020, as vendas tiveram retração de 2,9% em dezembro. A expectativa era de uma perda de 3,3%.

O setor vinha registrando crescimento na primeira parte de 2021 (6,7%), mas teve uma sequência de quedas no segundo semestre, que foi encerrado com recuo de 3%.

Em dezembro, o comércio ficou 2,3% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, considerado nível pré-pandemia pelo IBGE. As vendas ainda estão 5,7% abaixo do recorde, verificado em outubro de 2020.

"O principal componente dos últimos meses foi a inflação. A inflação diminuiu o ganho em volume que o varejo pode ter", disse Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE.

Ele também lembrou que os negócios são prejudicados pelos juros mais elevados e pela renda menor do trabalho no país.

Em nota, a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) afirmou que a "inflação alta impediu aceleração das vendas em 2021".

"O varejo sofreu menos com a pandemia e mais com a deterioração das condições de consumo", apontou a entidade, que mantém expectativa de alta de 0,9% para as vendas em 2022.

Movimentação para compras na ladeira porto geral, região da rua 25 de Março, em São Paulo - Jardiel Carvalho - 18.dez.2021/Folhapress

Atividades

Em dezembro, quatro das oito atividades pesquisadas apresentaram avanço frente a novembro: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (3,2%), livros, jornais, revistas e papelaria (2,4%), móveis e eletrodomésticos (0,4%) e tecidos, vestuário e calçados (0,4%).

Por outro lado, três ramos tiveram queda entre novembro e dezembro. Foram os seguintes: outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,7%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,0%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,4%). O setor de combustíveis e lubrificantes ficou estagnado (0%) no período.

No acumulado de 2021, quatro ramos ficaram no azul. As altas foram registradas por tecidos, vestuário e calçados (13,8%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (12,7%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,8%) e combustíveis e lubrificantes (0,3%).

No sentido contrário, outras quatro atividades acumularam perda nessa comparação. Os recuos foram registrados por livros, jornais, revistas e papelaria (-16,9%), móveis e eletrodomésticos (-7,0%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,6%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2%).

O IBGE ainda informou que as vendas do comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, aumentaram 0,3% em dezembro, frente a novembro. No acumulado do ano, a alta desse segmento foi de 4,5%.

Com Reuters

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