Biden ordena liberação inédita de estoques de petróleo para baixar preço

Medida equivaleria a aumentar a oferta mundial do óleo em cerca de 1%

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Washington | Reuters e AFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, lançou nesta quinta-feira (31) a maior liberação de todos os tempos da reserva emergencial de petróleo americano e desafiou as companhias petrolíferas a perfurar mais na tentativa de reduzir os preços da gasolina que dispararam durante a guerra da Rússia com a Ucrânia.

O anúncio vem como parte de um amplo esforço de Biden para combater a inflação que prejudicou os consumidores dos EUA e ameaça os colegas democratas de Biden, que buscam manter o controle do Congresso nas eleições de novembro.

A partir de maio, os Estados Unidos vão liberar 1 milhão de barris por dia (bpd) de petróleo, ao longo de seis meses, da Reserva Estratégica de Petróleo (SPR).

"Este é um momento de consequências e perigo para o mundo, e de dor nas bombas [nos postos de gasolina] para as famílias americanas", disse Biden em um evento na Casa Branca.

A liberação de 180 milhões de barris de Biden equivale a cerca de dois dias de demanda global e marca a terceira vez que Washington recorre à SPR nos últimos seis meses.

A quantidade liberada equivaleria a aumentar a oferta mundial em cerca de 1%. A cotação do petróleo despencou após as primeiras informações sobre o plano americano.

Biden também pediu às empresas petrolíferas dos EUA que perfurassem mais e aumentassem a produção de veículos elétricos e baterias.

O presidente Joe Biden - Kevin Lamarque/Reuters

A liberação de petróleo dos EUA diminuirá os usos anteriores de reservas estratégicas anunciadas por Biden simultaneamente com outros países em 1º de março, após a invasão russa, e também no ano passado, em resposta ao aumento da inflação.

Lutando contra dados ruins nas pesquisas e com eleições legislativas em que a oposição desponta como favorita para retomar o controle do Congresso, a Casa Branca tenta mostrar que Biden tem uma solução para um problema nascido na pandemia e ampliado pela guerra na Ucrânia.

Apesar de uma economia em recuperação e do controle da pandemia de Covid-19, Biden recebe pouco crédito dos eleitores, que o culpam pelo aumento dos preços em todos os lugares, do supermercado às concessionárias de automóveis.

Os transtornos nas cadeias produtivas relacionados aos diferentes ritmos de recuperação econômica no mundo são uma das causas da alta da inflação.

Também por trás dessa tendência politicamente perigosa estão os custos do combustível, que, por sua vez, aumentam os preços do transporte para quase todos os bens.

E para os motoristas, o choque dos preços nos postos de gasolina são uma fonte constante de irritação.

Os preços da gasolina nos EUA estão atualmente em média de US$ 4,23 por galão, 47% acima de um ano atrás.

Os preços do petróleo bruto chegaram a quase US$ 140 em março devido a preocupações com a Rússia, um dos maiores produtores mundiais, que lançou uma invasão da Ucrânia e que tem sido alvo de várias sanções internacionais.

Os preços caíram um pouco desde que os EUA proibiram as importações russas em 8 de março, mas ficaram em torno de US$ 100 desde então.

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