Dança das cadeiras na Petrobras, novas regras do trabalho híbrido e o que importa no mercado

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Cai mais um presidente da Petrobras

O presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu que irá demitir o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna.

O indicado para substituí-lo é Adriano Pires, atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), que já defendeu publicamente a necessidade de não repassar a volatilidade do petróleo para o consumidor.

O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, foi indicado para presidente do conselho. Na prática, as mudanças no comando da Petrobras só devem ocorrer dentro de duas semanas, após a Assembleia Geral de Acionistas.

O que explica: a disparada no preço dos combustíveis no Brasil derrubou mais um presidente da Petrobras. Há pouco mais de um ano, Silva e Luna havia assumido a cadeira de Roberto Castello Branco, que fora demitido também pela insatisfação de Bolsonaro com a alta dos combustíveis.

  • Na época, o anúncio da demissão de Castello Branco foi mal recebido no mercado e gerou uma debandada inédita no conselho de administração da Petrobras, com cinco conselheiros declinando do convite por sua recondução.
  • Pesquisa do Datafolha publicada nesta segunda mostrou que 68% dos brasileiros consideram que o governo tem responsabilidade pela alta no preço dos combustíveis. Para 30%, a gestão não tem culpa.

Na Bolsa: a notícia chegou no fim do pregão e as ações da Petrobras ampliaram a queda no dia em que os papéis da empresa já vinham no vermelho por causa do mergulho das cotações do petróleo. A estatal caiu 2,17% e puxou o recuo do Ibovespa de 0,28%, a 118.746 pontos.

Petróleo tomba: o preço do barril do tipo Brent afundava 9,46%, cotado a US$ 109,24 (R$ 521,90), no fim da tarde de segunda. As cotações reagiram à previsão de uma queda na demanda após o lockdown imposto em Xangai pelo governo chinês.

As medidas de restrição na cidade com 25 milhões de habitantes e uma das mais importantes do país geraram temores de mais transtornos à cadeia global de suprimentos.

Repercussões da troca de comando na estatal:


Gestores veem oportunidades na Bolsa

O avanço da vacinação e a redução no número de internações têm feito os gestores de fundos olharem cada vez mais para ações de empresas que se beneficiam do ciclo de retomada das atividades.

O que explica: setores como as administradoras de shoppings e redes de vestuário foram impactadas pelas restrições à circulação impostas durante o auge da pandemia no país. Agora, com a vida voltando ao normal, os especialistas acreditam que essas empresas têm potencial para recuperar os prejuízos.

Nem tudo subiu junto: apesar de o Ibovespa acumular alta de 13% no ano, o índice é muito ligado às commodities, que bombaram com a guerra na Ucrânia, enquanto as empresas ligadas ao varejo não acompanharam o avanço.

Bancos: as instituições financeiras que atuam no país também estão entre os papéis preferidos dos gestores para o momento pelo ciclo de alta nos juros. Quando o crédito fica mais caro, os bancos costumam operar com uma rentabilidade maior.


As novas regras do trabalho híbrido

As novas regras para o regime híbrido de trabalho e de contrato por produção começaram a valer nesta segunda com a MP (medida provisória) publicada pelo governo Bolsonaro.

O que muda: o modelo de teletrabalho, que virou parte da rotina de muitas empresas durante a pandemia, já tinha sido incluído na CLT pela reforma trabalhista de 2017, mas valia apenas para as atividades que eram predominantemente executadas fora das dependências da firma.

Agora, o número de dias que o funcionário trabalha na empresa não é mais um limitador para a atividade.

Outras mudanças importantes:

  • Jornada de trabalho: as empresas podem controlar a jornada de seus funcionários ​que estão em regime híbrido. Da forma que era antes, sem esse controle, não havia o pagamento de horas extras com base no modelo.
  • Contratação por produção ou tarefa: nesses novos modelos "por demanda", não haverá o controle de jornada dos funcionários.
  • Desconexão: a MP estabelece que a utilização de softwares e outras ferramentas digitais ligadas ao trabalho, fora da jornada normal, não constitui tempo à disposição do empregador.

Eve prevê R$ 1 bi de receita em 5 anos

A Eve, subsidiária da Embraer que produz as aeronaves conhecidas como "carros voadores", anunciou que espera entregar 340 unidades até 2027 e mil até 2030.

Em números: o plano da empresa é superar US$ 1 bilhão em receita até 2027 e US$ 4,5 bilhões em 2030. Cada unidade custa cerca de US$ 3 milhões.

Entenda: os eVTOLs são veículos elétricos com pouso e decolagem vertical (explicamos aqui como eles funcionam). Eles são considerados uma alternativa mais barata, silenciosa e menos poluente que os helicópteros.

IPO: no fim do ano passado, a Eve anunciou que listará suas ações na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), prevendo a oferta para este ano.


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