Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

EUA avaliam sanções a fluxos de petróleo e gás da Rússia

Casa Branca afirma que está aberta a tomar medidas contra setor energético russo, mas impactos globais pesam

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Doina Chiacu Timothy Gardner
Washington | Reuters

Os Estados Unidos estão abertos a impor sanções aos fluxos de petróleo e gás da Rússia, mas atacar suas exportações agora poderia beneficiar Moscou, disse a Casa Branca nesta quarta-feira (2), quando os preços do petróleo atingiram um novo pico de 11 anos e as interrupções no fornecimento aumentaram.

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Casa Branca impôs sanções às exportações de tecnologias para as refinarias russas e para o gasoduto Nord Stream 2, que não foi inaugurado. Até agora não atingiu as exportações de petróleo e gás da Rússia, já que o governo Biden avalia os impactos nos mercados globais de petróleo e nos preços de energia nos EUA.

"Não temos um interesse estratégico em reduzir a oferta global de energia (...) que aumentaria os preços na bomba de gasolina para os americanos", disse a porta-voz Karine Jean-Pierre em uma coletiva de imprensa na Casa Branca.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, durante coletiva - Kevin Lamarque - 28.fev.2022/Reuters

O governo americano alertou que poderá bloquear o petróleo russo se Moscou intensificar a agressão contra a Ucrânia. "Está certamente em cima da mesa, mas precisamos sopesar quais serão os impactos", disse a porta-voz da Casa Branca Jen Psaki à MSNBC na quarta-feira.

O vice-diretor do Conselho Econômico Nacional, Bharat Ramamurti, disse à MSNBC que a Casa Branca ainda não quer tomar uma medida.

"Atacar o petróleo e o gás russos neste momento teria um efeito para os consumidores americanos e, na verdade, poderia ser contraproducente em termos de aumento do preço do petróleo e do gás internacionalmente, o que poderia significar mais lucros para a indústria petrolífera russa", disse ele.

"Então não queremos ver isso agora."

O governo Biden se esforçou para dizer que ainda não tem como alvo as vendas de petróleo russo como parte das amplas sanções econômicas que impôs a Moscou desde a semana passada.

Mesmo assim, negociantes e bancos evitaram as remessas de petróleo russas por oleodutos e navios-tanque, para não serem vistos como financiadores da invasão, desorganizando os mercados de energia.
Alguns legisladores dos Estados Unidos pressionaram por uma legislação que, segundo analistas, poderia elevar os preços da gasolina.

O principal membro democrata e um republicano da Comissão de Energia do Senado apresentaram um projeto de lei que proibiria a importação de petróleo, combustíveis líquidos e gás natural liquefeito russos. Os Estados Unidos importaram em média mais de 20,4 milhões de barris de produtos brutos e refinados por mês da Rússia em 2021, cerca de 8% das importações líquidas de combustíveis dos EUA, segundo a Administração de Informação sobre Energia.

O senador democrata Joe Manchin e a senadora republicana Lisa Murkowski estão trabalhando para obter apoio para seu projeto de lei, disse um porta-voz de Manchin.

E os Estados Unidos aplicaram sanções às refinarias de petróleo da Rússia, proibindo a exportação de tecnologias específicas, medida que pode dificultar a modernização dessas usinas pela Rússia.

Quase uma semana depois que Moscou invadiu a Ucrânia, o petróleo bruto dos EUA CLc1 terminou a quarta-feira em US$ 110,60 por barril, seu maior fechamento desde maio de 2011, enquanto o benchmark global Brent LCOc1 atingiu seu maior nível desde junho de 2014, em US$ 112,93.

Enquanto isso, os produtores de petróleo da Opep+ reunidos na quarta concordaram em manter seus modestos aumentos de produção, oferecendo pouco alívio ao mercado ou aos consumidores.

Na terça-feira, os Estados Unidos e seus aliados concordaram em liberar 60 milhões de barris de reservas de petróleo para ajudar a compensar as interrupções no fornecimento.

"Queremos minimizar o impacto no mercado global... e o impacto dos preços da energia para a população americana", disse Psaki. "Não estamos tentando nos prejudicar, estamos tentando prejudicar o presidente Putin e a economia russa."

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