Descrição de chapéu Deutsche Welle Guerra na Ucrânia

Guerra na Ucrânia paralisa parte da frota mercante global

Cerca de 100 navios da frota mercante mundial não conseguem deixar região do Mar Negro

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DW

A Associação Alemã de Armadores (VDR) avalia que cerca de 100 navios da frota mercante mundial estejam parados, sem possibilidade de seguir viagem, em portos no Mar Negro e no adjacente Mar de Azov, uma semana após o início da invasão russa à Ucrânia. Entre eles, estariam vários navios alemães, segundo afirmou nesta quarta-feira (02/03) a presidente da VDR, Gaby Bornheim.

"Exigimos que todos os navios e suas tripulações possam deixar a zona de conflito ilesos", disse Bornheim. "A Rússia deve respeitar a liberdade de navegação. Navios mercantes não participantes não devem ser atacados."

Bornheim apelou às partes em conflito para "garantirem que – além da população ucraniana – os homens e mulheres a bordo, independentemente da nacionalidade, não venham a se tornar vítimas desta guerra".

Navio cargueiro carregado de contêineres em alto mar
Grandes companhias de navegação, como Maersk e Hapag-Lloyd, não estão mais aceitando contratos de carga de e para a Rússia - Murad Sezer/Reuters

Marinheiros russos e ucranianos

Segundo informações da VDR, marinheiros ucranianos e russos também constituem uma parte importante das tripulações dos navios da frota mercante alemã. "Um total estimado de cerca de 5 mil marinheiros de ambos os países estão trabalhando a bordo. Muitas vezes também a bordo do mesmo navio", informou a associação, acrescentando que até agora essa situação não provocou maiores incidentes. "É uma colaboração profissional", diz Bornheim.

De acordo com a VDR, os tripulantes de ambas as nações representam 14,5% de todos os 1,89 milhão de marinheiros em todo o mundo. Quase 200 mil são russos e 76 mil são ucranianos.

Conforme com informações da VDR, ainda não existem regulamentos para lidar com navios de bandeira russa. O porta-voz do VDR disse que isso deve ser decidido pelos países membros da União Europeia (UE). O Reino Unido fechou seus portos para navios russos.

Colapso no comércio marítimo com a Rússia

O grupo alemão especializado em logística portuária HHLA informou a seus clientes que não aceitará nenhum contêiner vindo ou com destino à Rússia, devido às sanções da UE. Isso também se aplica à carga transportada por trem, barcaça ou caminhão. A empresa afirmou que segue o exemplo dos operadores de terminais em outros portos europeus.

O motivo é que contêineres vindos ou destinados à Rússia não estão mais sendo despachados em Roterdã e Antuérpia. Assim, os navios têm que procurar outro porto para se livrar de seus contêineres.

Com a medida, a HHLA quer evitar que o espaço de armazenamento dos contêineres, que já é escasso devido às perturbações no transporte, fique ainda mais reduzido.

Apenas medicamentos e alimentos

Grandes companhias de navegação, como Maersk e Hapag-Lloyd, não estão mais aceitando contratos de carga de e para a Rússia. "Na medida em que isso for possível sob as sanções existentes, estamos conduzindo cargas já contratadas para a Rússia", disse um porta-voz da companhia de navegação de Hamburgo. Isso se aplica principalmente a alimentos.

A maior empresa de transporte de contêineres do mundo, Maersk, está interrompendo temporariamente todas as entregas para a Rússia. A Maersk anunciou na terça-feira que os portos russos não seriam mais servidos "até segunda ordem". Exceções se aplicam a entregas de alimentos, medicamentos e outros bens humanitários. A Maersk já havia interrompido as viagens à Ucrânia por motivos de segurança.

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