Investimento de R$ 17 bi do Mercado Livre, anonimato nas criptos e o que importa na economia

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Mercado Livre investirá R$ 17 bi no Brasil

O Mercado Livre anunciou nesta terça-feira (22) uma projeção de investimentos de R$ 17 bilhões no Brasil em 2022, crescimento de 70% ante o ano anterior.

A estratégia: a maior plataforma de ecommerce da América Latina afirmou que boa parte da grana vai para o Mercado Pago, fintech do grupo que oferece serviços de carteira digital, conta bancária, créditos a empresas etc.

Em fevereiro, a varejista anunciou a intenção de abrir quatro novos centros de distribuição no Brasil em 2022, todos em São Paulo. O objetivo é dobrar a capacidade de entregas de encomendas no país.

Mercado Pago: a fintech vem ampliando sua atuação e em dezembro do ano passado liberou aos brasileiros a opção de comprar, vender e armazenar criptomoedas em sua carteira digital.

  • Pouco tempo depois, em janeiro deste ano, o Mercado Livre deu mais um passo no mundo cripto ao comprar uma fatia da corretora Mercado Bitcoin e da plataforma de blockchain Paxos.

Por que importa: o investimento da empresa argentina no Brasil, o seu mercado mais importante, vem em um momento desafiador para as varejistas que atuam no país.


Lupa nos estoques de combustíveis

Com o setor atento ao risco de desabastecimento, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) determinou nesta terça que refinarias e distribuidoras informem diariamente seus estoques de combustíveis.

O que explica: o país está cada vez mais dependente do combustível que vem de fora. Enquanto a Petrobras ficou mais de 50 dias sem reajustar os preços, a conta para importação dos produtos não fechava, e o risco de desabastecimento no mercado interno chegou aos ouvidos do governo e da estatal.

Mesmo após o mega-aumento do último dia 11, o setor avalia que o risco permanece, já que o prazo entre a decisão de importar e a chegada dos navios leva entre 45 e 60 dias.

Posto de combustível em Santo André, São Paulo
Posto de combustível em Santo André, São Paulo - Rivaldo Gomes - 23.fev.2021/Folhapress

Em números: no primeiro bimestre deste ano, a demanda cresceu e a dependência do Brasil para o diesel que vem de fora chegou a 41%. Na gasolina, ela foi de 16,5%.

Após oscilar bastante nas últimas semanas, nesta terça a defasagem do diesel no Brasil em relação à paridade de importação era de 14%. Na gasolina, a diferença negativa era de 11%. Os dados são da Abicom.

ICMS segue congelado: enquanto não definem como vão colocar em prática a nova lei de cobrança única do imposto em todos os estados, os governadores anunciaram que irão prorrogar o atual preço fixo do ICMS sobre combustíveis até o fim de junho.

A medida foi tomada em novembro e vem sendo renovada desde então.

Mais sobre combustíveis:


Bolsa na máxima desde setembro

Mesmo com a leve queda das commodities lá fora, a Bolsa fechou esta terça em alta de 0,96%, a 117.272 pontos, atingindo o maior patamar desde setembro de 2021.

O dólar manteve sua tendência de queda e recuou 0,60%, a R$ 4,91. Neste ano, o real já subiu 13%, segundo a Bloomberg, tornando-se a moeda emergente que mais se valorizou frente à divisa americana no período.

O que explica: em um ano que o desempenho da Bolsa brasileira vem sendo carregado pelas commodities, nesta terça as atenções do mercado ficaram voltadas à ata do Copom do Banco Central.

  • A autoridade monetária reforçou suas preocupações com as pressões inflacionárias geradas pela guerra, incluindo a trajetória de preço do petróleo nas suas projeções de inflação.
  • As ações de varejistas, mais ligadas à economia local, estiveram entre as maiores altas do dia na Bolsa. O desempenho positivo dos índices nos EUA também contribuiu com o bom humor daqui.

Incorporadoras em alta: os papéis das empresas do setor, que também é ligado à atividade econômica local, tiveram um dia positivo em meio aos planos do governo de retomar os lançamentos do programa Casa Verde Amarela.

Com a aproximação das eleições, o governo prepara, após três anos de paralisia, a primeira contratação de unidades habitacionais subsidiadas com recursos do Orçamento para famílias de baixa renda.

Em números: o Imob (Índice Imobiliário) da Bolsa, que acompanha as cotações das principais ações do setor, avançou 3,4% nesta terça, acima do Ibovespa. Foi um alívio diante das perdas de cerca de 22% acumuladas nos últimos 12 meses.


O anonimato nas criptos

O anonimato faz parte do mundo das criptos desde o seu início e é um dos alicerces das transações desse mercado. Mas a proteção da identidade, defendida por boa parte dos integrantes do setor, também é um caminho para que criminosos saiam ilesos de seus delitos.

Entenda: os golpes conhecidos como "puxões de tapete" são cada vez mais comuns no mercado. Neles, desenvolvedores lançam financiamentos para seus projetos no mundo cripto, mas acabam sumindo com os milhões dos investidores sem deixar rastro.

Ariel Davis/The New York Times

Por que o anonimato? A capacidade de operar sem declarar seu nome é um princípio central da tecnologia blockchain e é defendida e praticada inclusive por grandes investidores.

  • Entre os motivos citados, há a idealização de um mercado mais igualitário, no qual os empreendedores são julgados por seus conhecimentos técnicos, e não por suas origens acadêmicas ou familiares.
  • O próprio bitcoin, a maior criptomoeda do mundo, foi desenvolvido há mais de uma década por um tal Satoshi Nakamoto, que até hoje ninguém sabe quem é –ou quem são.
  • Empresários e engenheiros de criptomoedas também afirmam optar pelo anonimato por temer uma eventual repressão regulatória e ressaltam a preocupação de tornar sua crescente riqueza alvo de ladrões e hackers.

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