A Justiça sul-africana paralisou a construção da sede continental da Amazon na África, em um complexo na Cidade do Cabo, atendendo a representantes de povos originários que afirmaram que a terra é sagrada.
"O direito fundamental à cultura e ao patrimônio de grupos indígenas, mais particularmente os povos Khoi e San, estão ameaçados na ausência de consulta adequada", disse o tribunal em decisão datada de 18 de março, mas publicada neste domingo (20).
Os Khoi e os San foram os primeiros habitantes da África do Sul, os últimos como caçadores-coletores por dezenas de milhares de anos, e os primeiros se unindo a eles como pastores há mais de 2.000 anos.
As comunidades reclamam que sofrem com desigualdades sociais e falta de oportunidades, e dizem que seu passado continua sendo ignorado.
Alguns de seus descendentes se opuseram ao desenvolvimento do projeto River Club, onde a Amazon seria o principal inquilino. O complexo também inclui planos para um hotel, escritórios e residências, pois fica na confluência de dois rios.
A empresa não respondeu a um pedido de entrevista feito pela Reuters. Quando o processo judicial foi lançado no início deste ano, um porta-voz se recusou a comentar.
A Justiça reconhece que representantes dos povos originários do país apoiaram o projeto em troca da construção de um centro de cultura e patrimônio no local.
Mas o Conselho Tradicional Indígena Khoi Khoin de Goringhaicona e uma associação de bairro pediram a interrupção do empreendimento.
(Com Reuters)
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.