Descrição de chapéu Banco Central

Paralisação de servidores faz BC adiar divulgação de estatísticas

Atraso ocorre em meio à mobilização dos servidores por reajuste salarial

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Brasília

O Banco Central comunicou na manhã desta segunda-feira (28) que as notas econômico-financeiras relativas ao mês de fevereiro não serão divulgadas ao longo desta semana, como previsto.

O adiamento se deve à mobilização dos servidores do BC, segundo o presidente do Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), Fabio Faiad.

"Oportunamente, informaremos as datas de publicação das notas relativas ao mês de fevereiro de 2022", disse o BC em nota, sem se pronunciar sobre o motivo do adiamento.

Em janeiro, servidores do BC protestaram em frente à sede do Banco Central, em Brasília - Pedro Ladeira - 18.jan.2022/Folhapress

As estatísticas do setor externo, que incluem os investimentos diretos de estrangeiros no Brasil, por exemplo, seriam publicadas nesta segunda (28), às 9h30. Já as estatísticas monetárias e de crédito estavam previstas para quarta-feira (30) e as fiscais, para quinta (31), ambas no mesmo horário.

Com paralisações diárias das 14h às 18h, a operação-padrão dos servidores do BC tem provocado uma série de atrasos na rotina da autoridade monetária, especialmente na divulgação de indicadores.

A publicação da pesquisa Focus, com as previsões dos economistas sobre inflação, PIB e outros dados, foi impactada pela segunda semana consecutiva. Os dados, anunciados às segundas, por volta de 8h25, só foram ao ar às 10h.

Além disso, nas últimas semanas, houve atraso na publicação dos dados do fluxo cambial, do resultado do questionário pré-Copom e da apuração da taxa ptax diária, além de interrupções no monitoramento preventivo do Pix e do SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro).

Em mobilização por reajuste salarial de 26,3% e reestruturação de carreira, representantes dos servidores do BC se reuniram com o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, no último sábado (26).

"Caso não seja viabilizado um reajuste até a próxima segunda-feira (4), ficará muito difícil conseguirmos qualquer recomposição em 2022, haja vista a legislação vigente. O cenário se torna ainda mais crítico em face da ausência de qualquer proposta oficial", afirmou o sindicato.

Em 21 de março, as três entidades representativas dos servidores do BC tiveram uma reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, sem avanço nas negociações.

Diante disso, os funcionários participarão de uma assembleia na tarde desta segunda para deliberar sobre a possibilidade de greve por tempo indeterminado a partir de 1º de abril. Neste contexto, Campos Neto cancelou sua agenda de eventos em Campo Mourão, no Paraná, e permanecerá em Brasília nesta segunda.

Em coletiva na última semana, o presidente do BC disse respeitar o direito dos funcionários quando perguntado sobre a possibilidade de greve. "Entendo que eles têm um enorme senso de responsabilidade com a qualidade e as entregas de serviços para a sociedade e que nós temos esquemas de contingência caso algo mais severo aconteça", disse. ​

O movimento dos servidores do BC faz parte da mobilização nacional do funcionalismo público por recomposição salarial depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) acenou conceder aumento para policiais federais, rodoviários federais e agentes penitenciários. A verba disponível no Orçamento para elevar a remuneração dos servidores é de R$ 1,7 bilhão.

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