Um membro importante do partido no poder da Rússia propôs a nacionalização das fábricas de propriedade estrangeira que encerraram suas operações no país devido ao que o Kremlin chama de "operação militar especial" na Ucrânia.
Várias empresas estrangeiras, incluindo Toyota, Nike e a varejista de artigos para o lar IKEA, anunciaram o fechamento temporário de lojas e fábricas na Rússia para pressionar o Kremlin a interromper a invasão da vizinha Ucrânia.
Em comunicado publicado na noite de segunda-feira (7) no site do partido Rússia Unida, o secretário do conselho geral do partido do governo, Andrei Turchak, disse que fechar operações foi uma "guerra" contra os cidadãos russos.
A declaração mencionava as empresas finlandesas de alimentos Fazer, Valio e Paulig como as últimas a anunciar fechamentos na Rússia.
"O Rússia Unida propõe a nacionalização das plantas de produção das empresas que anunciam sua saída e a interrupção da produção na Rússia durante a operação especial na Ucrânia", disse Turchak.
"Esta é uma medida extrema, mas não iremos tolerar ser apunhalados pelas costas e protegeremos nossa população. Esta é uma guerra real, não contra a Rússia como um todo, mas contra nossos cidadãos", disse ele.
"Tomaremos duras medidas de retaliação, agindo de acordo com as leis da guerra", disse Turchak.
O executivo-chefe da Paulig disse à Reuters em um e-mail que isso não mudaria seus planos de se retirar da Rússia. As empresas Fazer e Valio não quiseram comentar quando contatadas pela agência Reuters.
A Fazer, que fabrica chocolate, pão e doces, tem três unidades em São Petersburgo e uma em Moscou, empregando cerca de 2.300 pessoas.
A Valio tem uma fábrica de queijos e emprega 400 pessoas na Rússia, e a Paulig tem uma torrefação de café que emprega 200 pessoas no país.
Na semana passada, a Finlândia, que não é membro da Otan e faz fronteira com a Rússia, concordou em fortalecer os laços de segurança com os Estados Unidos, enquanto observa nervosamente a invasão da Ucrânia por Moscou.
Colaborou Essi Lehto. Tradução de Luiz M. Gonçalves
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.