A empresa provedora de índices globais de ações MSCI anunciou na quarta-feira (2) que o mercado russo deixará de fazer parte dos índices de referência dedicados aos emergentes. A decisão pode resultar em um fluxo de aproximadamente R$ 7 bilhões de recursos de estrangeiros para o Brasil, segundo projeção de analistas do Itaú BBA.
A Rússia passará a ser classificada como um mercado independente pela MSCI em 9 de março, como resposta aos ataques contra a Ucrânia.
Os analistas do Itaú BBA calculam que, considerando o fechamento de quarta dos mercados globais, a Rússia representava algo como 1,47% do índice de mercados emergentes. O Brasil tem um peso de aproximadamente 4,97% no índice.
A exclusão do percentual dedicado à Rússia deverá resultar em um fluxo de saída de recursos de cerca de US$ 5,9 bilhões (R$ 29,8 bilhões) do mercado russo, considerando os investimentos passivos que seguem a distribuição regional apontada pelos benchmarks da MSCI, projetam os analistas do banco.
Eles estimam ainda que, considerado o peso atual próximo de 9,33% da América Latina no índice de ações de mercados emergentes, a região pode receber fluxos positivos de capital da ordem de US$ 2,12 bilhões (R$ 10,7 bilhões), dos quais cerca de US$ 1,34 bilhão (R$ 6,7 bilhões) sendo direcionados potencialmente ao Brasil.
"Acreditamos que, no atual cenário geopolítico, a atenção dos investidores pode migrar para a região da América Latina, que não apenas oferece valuations baratos como tem sido negociada abaixo da média histórica já há algum tempo", apontam os analistas do Itaú BBA.
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