A Shell pediu desculpas na terça-feira (8) por comprar petróleo bruto da Rússia na semana passada. A empresa disse que irá se retirar completamente de qualquer envolvimento em combustíveis fósseis sobre a invasão do país à Ucrânia.
"Estamos perfeitamente cientes de que nossa decisão na semana passada de comprar uma carga de petróleo bruto russo não foi correta e lamentamos", disse o presidente-executivo da Shell, Ben van Beurden.
A Shell comprou um carregamento de petróleo bruto russo da trader suíça Trafigura na janela de carregamento da S&P Global Platts dos portos do Báltico a uma baixa recorde do Brent, a menos de US$ 28,50 (R$ 144) o barril, segundo traders disseram na última sexta-feira (4).
Na semana passada, a empresa disse que sairia de todas as suas operações russas, incluindo a Sakhalin 2 LNG, na qual detém uma participação de 27,5%, e que é 50% de propriedade e operada pelo grupo de gás russo Gazprom.
A Shell juntou-se a uma série de empresas que disse abandonar sua participação de 19,75% na gigante petrolífera russa Rosneft.
Porém, ainda era uma das poucas ocidentais a continuar comprando petróleo bruto da Rússia desde que o conflito na Ucrânia se intensificou.
A empresa britânica de energia disse que mudaria sua cadeia de fornecimento para remover volumes do país atingido pelas sanções o mais rápido possível e fecharia seus postos de combustíveis e operações de combustíveis e lubrificantes de aviação no território.
A empresa disse que a mudança na cadeia de suprimentos pode levar semanas para ser concluída e irá diminuir o rendimento em algumas de suas refinarias.
A retirada de produtos petrolíferos russos, gás de gasoduto e GNL (gás natural liquefeito) será de forma faseada
A empresa também planeja encerrar seu envolvimento no gasoduto Nord Stream 2 Baltic, que liga a Rússia à Alemanha, que ajudou a financiar como parte de um consórcio.
A Reuters informou na segunda-feira (7) que os Estados Unidos estavam dispostos a avançar com a proibição das importações de petróleo russo sem a participação de aliados na Europa à luz da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Os preços do petróleo atingiram seus níveis mais altos desde 2008 devido a atrasos no potencial retorno do petróleo iraniano aos mercados globais e porque os Estados Unidos e aliados europeus consideram proibir as importações russas.
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