Covid na China, contra-ataque do Twitter e o que importa no mercado

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Covid na China preocupa mercados

Um novo recorde no número de casos sintomáticos de Covid-19 registrados na sexta (15) em Xangai, o centro financeiro da China, deixou o mercado em alerta para suas consequências econômicas.

Entenda: o governo local tem imposto medidas restritivas à circulação de pessoas em locais com surto de coronavírus, o que pode embaralhar ainda mais a cadeia global de suprimentos e gerar prejuízos no mundo todo. Os chineses têm protestado contra as decisões.

Novos anúncios de lockdown nas últimas semanas também têm abalado os mercados de ações mundo afora, com os investidores temendo novos gargalos logísticos, um dos efeitos econômicos gerados pela pandemia anível global.

Funcionário da área da saúde com roupas de proteção contra a Covid descansa em rua deserta de Xangai, na China
Funcionário da área da saúde com roupas de proteção contra a Covid descansa em rua deserta de Xangai, na China - Aly Song/Reuters

Em números: diante das perdas, os analistas já revisaram para baixo suas estimativas para o crescimento do país no ano. Se antes a projeção era de crescimento de 5,5% do PIB, agora uma dúzia de casas vê alta de 5% para o ano.

Entre as empresas do Ocidente, a Apple parece estar entre as mais diretamente afetadas. Sua fornecedora Pegatron suspendeu o funcionamento das fábricas em Xangai e Kunshan, enquanto a Quanta, que produz três quartos dos Macbooks no mundo, também fechou as operações.

Em Zhengzhou foi anunciado um bloqueio de 14 dias. É lá que fica uma das fábricas da Foxconn, a principal montadora de iPhones no mundo.

Mais sobre a China:

O PIB do país cresceu 4.8% no primeiro trimestre, na comparação anual. O resultado veio acima da projeção do mercado, que era de 4.6%, mas é um sinal de que o país terá dificuldade para alcançar a meta de 5,5% ao final do ano, aponta o Wall Street Journal.


A "pílula venenosa" do Twitter

Um dia após Musk anunciar que havia feita uma oferta de US$ 43 bilhões (R$ 197 bilhões) para comprar o Twitter, a companhia respondeu afirmando que iria colocar em jogo uma manobra corporativa conhecida como "poison pill" (pílula venenosa).

Entenda: a estratégia serve para atrapalhar as investidas de quem quer "tomar à força" o comando de uma companhia, obrigando que a compra seja negociada com o conselho da empresa.

  • No caso do Twitter, a "poison pill" será acionada a cada vez que alguém comprar 15% ou mais das ações da empresa. Caso isso aconteça, todos os outros acionistas ganham o direito de comprar novos papéis por um preço mais baixo.
  • Com mais ações no mercado, o trabalho de Musk, que adquiriu 9,2% da companhia no mês passado, seria bem mais difícil –e caro.
  • Esse mecanismo foi criado na década de 1980. As empresas só usam a estratégia em casos extraordinários e com vigência limitada –no Twitter, até 14 de abril de 2023–, porque elas limitam os direitos dos acionistas.

Reação negativa: Musk disse na oferta que a proposta era sua "melhor e única", afirmando que a rede social precisa se tornar uma empresa de capital fechado para ter mudanças efetivas.

Seu primeiro revés veio horas depois, quando o príncipe Alwaleed bin Talal, da Arábia Saudita, disse que a oferta deveria ser rejeitada por não ser alta o suficiente. Ele se apresenta como um dos maiores e mais antigos acionistas do Twitter.

De onde Musk tiraria o dinheiro para fazer a compra ainda não está claro. Boa parte de sua fortuna está ligada à Tesla, que limita os empréstimos pessoais com as ações em garantia. Caso o bilionário decidisse vender seus papéis, poderia derrubar o seu preço.


Bolsa a 130 mil pontos?

Confiantes no bom momento do mercado acionário brasileiro no ano, analistas de bancos e corretoras elevaram suas projeções para o nível do Ibovespa ao final do ano.

Em números: se nas previsões anteriores o índice fecharia o ano em 120 mil pontos, agora BofA (Bank of America), XP, Ativa e Guide veem o Ibovespa entre os 130 mil e os 135 mil pontos até dezembro.

Na quinta (14), ele fechou em 116.181 pontos, numa valorização de 10,84% no acumulado deste ano.

O que explica: os analistas consideram que os bancos e as empresas ligadas às commodities, que puxaram a alta da Bolsa neste ano, seguirão dando o tom do mercado local. O fluxo internacional também deve seguir como um fator positivo. Até aqui em 2022, os gringos colocaram R$ 68 bilhões na Bolsa.

  • Commodities: impulsionadas pela guerra na Ucrânia, os preços de alguns materiais básicos até arrefeceram um pouco desde o início do conflito, mas seguem em patamares elevados e devem trazer bons resultados às empresas brasileiras exportadoras.

Mais sobre investimentos:


Vendas online dominam nas varejistas

Se antes as lojas físicas das varejistas serviam como um ponto único para compras e outros serviços, como pagamento de crediário, hoje elas respondem por menos da metade das vendas feitas pelas três das maiores varejistas do país.

Mas isso não quer dizer que elas tenham perdido sua importância para o setor, que as usa cada vez mais como um ponto importante para a cadeia logística.

Em números: das três gigantes, Via (redes Casas Bahia e Ponto), Magazine Luiza e Lojas Americanas têm, respectivamente, 59%, 71% e 76% de todas as suas vendas realizadas pela internet.

  • Mesmo diante da concorrência dos sites asiáticos, as vendas online cresceram 39% na Magalu e na Via e tiveram alta de 56% na Americanas em 2021, enquanto que nas lojas físicas as vendas oscilaram perto da estabilidade.
  • O levantamento foi feito pela repórter Daniele Madureira a partir de informações divulgadas pelas empresas.

O que explica: esse movimento já vinha acontecendo antes da pandemia, mas foi impulsionado pela explosão de compras feitas pela internet a partir das restrições causadas pela crise sanitária.

  • Para a logística, os pontos físicos se tornam essenciais diante da dimensão do território brasileiro.
  • Nas lojas, aumentou o espaço para estoque, que é usado para guardar o produto que vai para a casa do cliente, cortando custos e agilizando a entrega –fatores essenciais na guerra do ecommerce.
  • Elas também servem como ponto de coleta para os consumidores e podem ser usados para separar e despachar produtos dos sellers, os vendedores terceiros que anunciam seus produtos nos sites das varejistas.

Mais sobre hábitos do consumidor:


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