A SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) acusou nesta segunda-feira (18) um ex-executivo do IRB Brasil de plantar uma história falsa de que a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, havia feito um investimento na empresa resseguradora.
Fernando Passos, que foi vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores do IRB, teria circulado a história entre fevereiro e março de 2020 para sustentar o preço das ações do IRB, que havia caído significativamente após uma gestora questionar os resultados financeiros da empresa.
Passos foi acusado de fabricar documentos falsos sobre o investimento inexistente da Berkshire e de ter feito com que o IRB fizesse declarações falsas e enganosas diretamente aos investidores e a pelo menos um analista.
A SEC disse que as ações do IRB subiram 6% depois que as notícias falsas da Berkshire se tornaram públicas em 26 de fevereiro de 2020, mas caíram mais de 40% durante os dois dias após a Berkshire dizer em 3 de março daquele ano que nunca tinha sido e não tinha intenção de tornar-se acionista da empresa
Passos, Berkshire e o IRB não responderam de imediato a pedido de comentário.
A SEC disse que as ações do IRB subiram 6,7% em 27 de fevereiro de 2020, após notícias de uma participação falsa da Berkshire se tornaram públicas, refletindo o suposto voto de confiança de Buffett, cujo conglomerado possui várias seguradoras, incluindo Geico Car e a resseguradora General Re.
Os papéis caíram 43% nos dois dias após a Berkshire dizer em 3 de março que não era, nunca foi e não tinha intenção de se tornar acionista do IRB.
O IRB anunciou em 4 de março de 2020 a renúncia de Passos e do então presidente-executivo, José Carlos Cardoso.
Em junho de 2020, o IRB reapresentou os números referentes a 2019 por causa de irregularidades contábeis, diminuindo o lucro líquido em 31%.
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