Elon Musk apresentou seu plano para montar um pacote de US$ 46 bilhões e financiar sua oferta de aquisição do Twitter, avançando com um acordo que seria uma das maiores compras alavancadas [feitas com recursos emprestados de terceiros] da história.
O presidente-executivo da Tesla alinhou US$ 25,5 bilhões por meio de empréstimos com um grupo de bancos liderado pelo Morgan Stanley, seu consultor financeiro.
Ele também disse que forneceria pessoalmente US$ 21 bilhões para o acordo, segundo documento apresentado à SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) nesta quinta-feira (21), mas não forneceu mais detalhes sobre a origem dessa parcela do financiamento.
Garantir o financiamento é um passo crucial para o empresário, que fez uma oferta hostil de US$ 43 bilhões para fechar o capital do Twitter na semana passada. A conclusão de um acordo tornaria Musk um barão das redes sociais com poder de controlar o que ele definiu como a "praça pública de fato do mundo".
O Twitter ainda não respondeu formalmente à oferta de Musk, mas o conselho de administração da empresa lançou uma "pílula de veneno" na sexta-feira passada –uma medida defensiva que frustraria uma aquisição hostil, impedindo qualquer pessoa de comprar mais de 15% das ações do Twitter no mercado aberto. Musk atualmente possui mais de 9% da companhia.
Espera-se que Musk use o pacote de financiamento para lançar uma oferta pública para todos os acionistas do Twitter nos próximos dias, uma medida que pressionará o conselho da empresa a negociar com ele.
Musk alinhou uma dúzia de credores —incluindo Bank of America, Barclays, MUFG e Credit Suisse— para fornecer dívida e um empréstimo de margem garantido contra US$ 62,5 bilhões em suas ações da Tesla. O pacote de dívida inclui um empréstimo bancário sênior de US$ 6,5 bilhões, uma linha de crédito rotativo de US$ 500 milhões e US$ 6 bilhões divididos entre empréstimos-ponte garantidos e não garantidos de sete dos bancos.
O Twitter contratou o JPMorgan Chase e o Goldman Sachs para aconselhá-lo sobre a oferta hostil.
Agora que Musk montou um pacote de financiamento inicial, os investidores de private equity vão ponderar se tentarão participar do pacote de financiamento, seja como detentores da dívida ou como sócios.
Os credores do mercado de crédito privado disseram ao FT que esperam que ele possa absorver mais de US$ 10 bilhões em dívidas e outros bilhões em compromissos de ações preferenciais.
Dado o risco da dívida de US$ 13 bilhões usados para financiar o acordo, espera-se que muitos dos bancos que financiam a oferta tentem vender rapidamente essa dívida para investidores terceiros, incluindo gestores de crédito privados como a Apollo Global Management.
A empresa de private equity Thoma Bravo também está explorando a participação em uma compra do Twitter, mas a empresa ainda não disse se pretende continuar ou se estaria interessada em trabalhar com Musk.
Outros grandes credores, como a Blackstone Credit, aguardam o surgimento de um pacote de financiamento antes de decidir se participam, disseram pessoas familiarizadas com seus planos.
Fechar o capital do Twitter continua sendo um investimento controverso no setor de aquisições, com alguns dos maiores players do setor, como Blackstone, Vista Equity Partners e Brookfield Asset Management, desinteressados em participar de uma oferta de ações, disseram fontes ao FT.
Silver Lake e Elliott Management, dois grandes acionistas que apoiaram o executivo-chefe do Twitter, Parag Agrawal, quando ele sucedeu o cofundador Jack Dorsey em novembro, não disseram se têm interesse em participar da oferta de aquisição de Musk.
As ações do Twitter estavam praticamente estáveis no meio da manhã de quinta-feira.
(Reportagem adicional de Sujeet Indap)
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