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Elon Musk usa dinheiro próprio e empréstimo em bancos para comprar Twitter

Ações da Tesla, apresentadas como garantia, despencaram após anúncio do acordo

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São Paulo

Ao fazer a proposta para levar o Twitter por cerca de US$ 44 bilhões (R$ 218,5 bilhões), o bilionário Elon Musk preparou uma engenharia financeira de modo a se assegurar de que terá os recursos necessários disponíveis para fechar o negócio.

Homem mais rico do planeta segundo a lista de bilionários da Forbes, com uma fortuna estimada em aproximadamente US$ 219 bilhões (R$ 1,1 trilhão), o CEO da Tesla informou que irá utilizar uma parte de suas economias para ter a própria rede social.

Ao anunciar nesta segunda (25) o fechamento do acordo para adquirir o Twitter, Musk disse que vai desembolsar quase metade do valor total —cerca de US$ 21 bilhões (R$ 104,3 bilhões)— em patrimônio pessoal —na pessoa física.

Detalhes sobre a origem do dinheiro pessoal a ser desembolsado pelo bilionário não foram divulgados até a tarde desta terça.

Conta do bilionário Elon Musk no Twitter junto do logo da empresa
Conta do bilionário Elon Musk no Twitter junto do logo da empresa - Dado Ruvic - 15.abr.2022/Reuters

O modelo desenhado para a operação, contudo, tem colocado forte pressão em cima de outros negócios do bilionário sul-africano —a fabricante de carros elétricos Tesla, por exemplo, viu suas ações afundarem mais de 10% no pregão desta terça-feira (26), com investidores temerosos com a possibilidade de Musk ter de vender parte de sua participação na empresa para ter condições de honrar o compromisso assumido no financiamento do Twitter.

As ações da Tesla caíram mais de 11% na terça-feira (26), eliminando cerca de US$ 125 bilhões (R$ 546 bilhões) do valor de mercado da montadora.

Segundo reportagem da agência Bloomberg, entre outras hipóteses levantadas por especialistas de mercado para que Musk garanta os recursos necessários, estão atrair sócios para investir no negócio ou vender ativos que não as empresas sob seu controle —criptomoedas, por exemplo. Em julho do ano passado, ele afirmou que detinha Bitcoin, Ether e Dogecoin, embora a quantidade não seja conhecida.​

​Seja como for, além do capital proprietário, Musk ainda deve contar com um empréstimo coletivo de até US$ 25,5 bilhões (R$ 126,6 bilhões) junto a grandes bancos de Wall Street, liderados pelo Morgan Stanley, que assessorou o bilionário durante as negociações pelo Twitter.

Do montante a ser levantando com os agentes de mercado, cerca de US$ 12,5 bilhões (R$ 62 bilhões) serão oriundos de um empréstimo garantido pela participação detida por Musk na montadora Tesla. A fatia do bilionário na fabricante de veículos elétricos é estimada em cerca de US$ 170 bilhões (R$ 844,2 bilhões).

Já os outros US$ 13 bilhões (R$ 64,5 bilhões) deverão ser obtidos no mercado por meio da emissão de dívidas de empresas controladas pelo empresário.

Pessoas familiarizadas com o negócio afirmam que Musk teria se comprometido a pagar uma multa caso o negócio fracasse por motivos não relacionados a problemas de financiamento. O valor seria de US$ 1 bilhão, considerado baixo nesse tipo de negociação —equivale a menos de 1% da fortuna do bilionário.

Valores anunciados na venda do Twitter

- US$ 44 bilhões
Valor anunciado para a aquisição do Twitter por Elon Musk

- US$ 21 bilhões
Capital próprio que o bilionário afirmou que usaria no negócio

- US$ 23,5 bilhões
Financiamento coletivo de bancos liderado pelo Morgan Stanley

- US$ 12,5 bilhões
Parcela do financiamento coletivo que será garantido pela participação detida por Musk na Tesla

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