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Guerra na Ucrânia: abandonar a Rússia pode custar bilhões a empresas

Companhias anunciam baques financeiros sofridos ao suspender operações no país

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Nova York | The New York Times

Diversas empresas anunciaram planos de suspender seus negócios na Rússia, nas últimas semanas, e muitas delas agora estão revelando quanto essas decisões lhes custarão.

Algumas companhias têm exposição limitada à Rússia e sinalizaram que os prejuízos esperados não eram significativos. O presidente-executivo do banco JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse aos acionistas que o banco não estava "preocupado" com o efeito de deixar a Rússia. Para gigantes industriais como a Shell, o baque financeiro –embora pesado– responde por apenas uma fração de seu lucro geral.

Na segunda-feira (11), o banco Société Générale, o terceiro maior da França, disse que sofreria um prejuízo de US$ 3,3 bilhões (R$ 15,5 bilhões) na venda de sua participação controladora no Rosbank, um banco sediado em Moscou, à Interros Capital. A transação permitiria que o banco "deixe a Rússia de maneira efetiva e ordeira, garantindo continuidade para seus empregados e clientes", disse a companhia.

Bandeira da Rússia na Embaixada em Tóquio - Kazuhiro Nogi - 8.abr.2022/AFP

Abaixo, alguns dos efeitos que empresas anunciaram que devem sofrer:

  • O BNY Mellon anunciou que poderia perder até US$ 200 milhões (R$ 940 milhões) em receita – cerca de US$ 100 milhões (R$ 470 milhões) neste trimestre e entre US$ 80 milhões (R$ 376 milhões) e US$ 100 milhões adicionais ao longo do restante do ano. O banco deixou de fazer negócios novos na Rússia e "suspendeu as aquisições de títulos russos pela nossa divisão de administração de investimentos", disse um porta-voz da companhia.
  • Dimon afirmou em uma carta aos acionistas que o JPMorgan Chase poderia perder US$ 1 bilhão (R$ 4,7 bilhões) "com o tempo" em função de sua exposição à Rússia. No mês passado, o banco anunciou que estava encerrando suas operações na Rússia e que não buscaria novos empreendimentos por lá.
  • A Shell divulgou uma atualização para acionistas informando que sua decisão de sair da Rússia custará de US$ 4 bilhões (R$ 18,8 bilhões) a US$ 5 bilhões à companhia só neste trimestre. A gigante do petróleo começou a cortar os elos com a Rússia em fevereiro e anunciou no mês passado que deixaria de comprar petróleo e gás natural da Rússia e que fecharia seus postos de gasolina no país, em uma "retirada gradual".
  • O Société Générale anunciou que sofreria prejuízos financeiros de US$ 3,3 bilhões na transação para vender a participação controladora da empresa no Rosbank, um banco sediado em Moscou, à Interros Capital.
  • A Volvo anunciou que estava formando uma reserva de US$ 423 milhões (R$ 1,9 bilhão) para compensar os prejuízos que antecipava no primeiro trimestre devido à sua exposição à Rússia. A montadora de automóveis suspendeu "todas as vendas, serviços e produção" no país, anunciou.

Tradução de Paulo Migliacci

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