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Na inflação, melão está na dianteira, mas tomate pesou mais

Cenoura disparou 166% em 12 meses; combustíveis também elevaram IPCA, mostra IBGE

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Rio de Janeiro

Comprar frutas e legumes, usar aplicativos de transporte ou abastecer o carro. Tudo isso ficou mais custoso para o brasileiro em março, mostram os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados nesta sexta-feira (8).

O indicador oficial de inflação do país subiu 1,62% no mês passado. É a maior taxa para março em 28 anos, indicou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre os produtos que registraram as maiores variações de preços, houve predomínio de alimentos. O melão teve o avanço mais intenso da pesquisa: 35,18%.

Em seguida, aparecem pimentão e cenoura, com altas de 33,12% e 31,47% em março. A cenoura, aliás, acumula disparada de 166,17% nos últimos 12 meses. É a maior inflação nesse recorte.

Tomate (27,22%), repolho (26,72%) e mamão (19,51%) também ficaram mais caros em março.

Consumidores compram em feira de rua no Rio de Janeiro - Ricardo Moraes - 2.set.2021/Reuters

Segundo analistas, a comida subiu com o clima adverso na largada do ano. Fortes chuvas no Sudeste e seca no Sul castigaram plantações, gerando reflexos sobre a oferta de alimentos e os preços finais.

Na combinação entre o tamanho do aumento e o peso na cesta de produtos, o tomate foi quem mais pressionou a alta de março entre os alimentos. O produto teve impacto de 0,08 ponto percentual no IPCA.

Fora dos alimentos, o óleo diesel foi o item que mais avançou em março: 13,65%. Trata-se da sétima maior alta de toda a pesquisa.

A carestia do diesel veio na esteira do mega-aumento dos combustíveis promovido pela Petrobras nas refinarias em 11 de março. O item também pressiona os alimentos, porque encarece o custo do frete no país, indicou o IBGE.

Em outro reflexo do mega-aumento, o transporte por aplicativo teve a segunda maior alta fora dos alimentos: 7,98%.

Conforme a metodologia do IPCA, nem sempre os produtos e serviços com as variações de preços mais intensas representam as principais influências sobre o resultado.

Prova disso é que o índice de março foi pressionado especialmente pela gasolina. No mês passado, o combustível subiu 6,95%. O produto gerou impacto de 0,44 ponto percentual sobre o IPCA.

Ou seja, mesmo subindo menos do que outros componentes, respondeu pelo principal peso de toda a pesquisa. É que o combustível costuma absorver uma das grandes fatias do orçamento familiar.

Inflação em março, em %

Melão 35,18
Pimentão 33,12
Cenoura 31,47
Tomate 27,22
Repolho 26,72
Mamão 19,51
Óleo diesel 13,65
Açaí 13,6
Manga 13
Melancia 12,29
Maçã 12,15
Banana d'água 10,59
Cebola 10,55
Uva 9,8
Leite longa vida 9,34
Óleo de soja 8,99
Brócolis 8,94
Alface 8,87
Morango 8,68
Transporte por aplicativo 7,98


​Fonte: IBGE

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