Surgida em 1994 em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) se destacou no cenário nacional por criar um evento que permitisse aos produtores rurais não só verem as máquinas estáticas nos estandes, mas também saberem como é a atuação delas no campo.
Mas nem todos são grandes e têm condições de pagar R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões em um equipamento.
De 400 mil propriedades rurais existentes em São Paulo, 188 mil têm abaixo de 20 hectares (o equivalente a 28 campos de futebol), de acordo com a Secretaria da Agricultura paulista.
Segundo a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), de 25% a 30% dos R$ 80 bilhões em negócios fechados no ano passado envolveram agricultores familiares.
"As tecnologias evoluem mais rápido a cada ano, e a indústria faz um esforço muito grande para trazê-las para o pequeno também", disse Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos da Abimaq.
Entre os grandes fabricantes, a Valtra terá na feira deste ano um trator de 80 cv, cabinado, desenvolvido para esse público. O foco é ser tecnológico, econômico e versátil, para ser usado em culturas como milho, arroz, soja e citros.
Secretário da Agricultura de São Paulo e presidente da Agrishow, Francisco Matturro disse que os preços das commodities continuam altos em geral e é preciso pensar no produtor "que não alcança a Bolsa de Chicago". A bolsa americana é referência no mundo para a comercialização de commodities agrícolas.
"Muitas vezes a gente trata a Agrishow como feira para os grandes produtores, mas se engana quem não olha [para os pequenos]. Todos os estandes têm máquinas menores, destinadas às pequenas propriedades", disse.
Levantamento feito pela organização da feira mostra que 42% dos visitantes são agricultores, seguidos por engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas (18%), consultores (10%) e veterinários (4%).
A Agrishow será realizada entre esta segunda-feira (25) e a sexta (29) em Ribeirão, com previsão de receber 150 mil visitantes. Boa parte deles estará na feira a partir de caravanas organizadas por sindicatos rurais e entidades como a Faesp (Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo).
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