O governo terá que reprogramar a privatização da Eletrobras após o adiamento do julgamento do TCU (Tribunal de Contas da União) e prevê realizar a operação até julho deste ano, disse nesta sexta-feira o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Em entrevista coletiva virtual durante visita à Índia, Albuquerque avaliou que houve um avanço do processo, ainda que o TCU tenha adiado a decisão final em 20 dias. "Foi um avanço no sentido de que o relator apresentou o voto dele, houve a oportunidade de o voto ser discutido entre todos os ministros", avaliou.
O pedido de vista do ministro Vital do Rêgo na sessão plenária do TCU da quarta-feira (20) acabou frustrando a conclusão da oferta de ações até 13 de maio.
O adiamento levou governo e Eletrobras a refazerem o cronograma dos próximos passos do processo, mas manterem o esforço para concluir a operação neste ano. A venda de ações da companhia está entre as principais prioridades do ministro Paulo Guedes (Economia) na reta final do mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Membros do Executivo e da companhia ouvidos pela Folha buscaram demonstrar uma visão otimista nesta quinta-feira (21) ao dizer que a privatização ainda pode acontecer em uma janela que se fecha em meados de agosto. Eles reforçam que não há impedimentos legais para a operação acontecer tão perto das eleições e que a mobilização no Executivo é grande para concluir o processo.
Questionado sobre a influência do calendário eleitoral no sucesso da operação, Bento Albuquerque ressaltou que o mercado tem demonstrado "muito interesse" em participar da oferta. "Acreditamos que poderá ocorrer, sim, sem dúvidas, até o mês de julho deste ano", disse.
(com Fábio Pupo)
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.