Descrição de chapéu petrobras

Rodolfo Landim desiste de presidir o conselho da Petrobras

Presidente do Flamengo foi indicado pelo governo e seria avaliado pelos acionistas no dia 13 de abril

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo e Rio de Janeiro

O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, decidiu abrir mão da indicação à presidência do conselho de administração da Petrobras. A informação foi confirmada em nota oficial assinada por Landim e publicada na madrugada deste domingo (3) no site do clube carioca.

"Apesar do tamanho e da importância da Petrobras para o nosso país, e da enorme honra para mim em exercer este cargo, gostaria de informar que resolvi abrir mão desta indicação", escreveu.

Presidente do Flamengo, Rodolfo Landim decidiu abrir mão da indicação do governo para o conselho da Petrobras - Flamengo/divulgação

Landim já trabalhou na estatal por 26 anos. Ele é um nome próximo do presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem foi aliado no debate para a retomada dos jogos de futebol após o início da pandemia.

Landim afirmou que já encaminhou sua posição ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e agradeceu o convite do governo federal.

Segundo ele, o motivo da decisão seria a dificuldade de exercer ambas as funções "com a excelência desejada e à altura que a Petrobras e o Flamengo merecem".

"Em relação ao Flamengo, os últimos acontecimentos me demonstraram a necessidade de termos todos nós o compromisso de um grau ainda maior de dedicação e foco ao clube", escreveu Landim.

O Flamengo perdeu o título do Campeonato Carioca para o rival Fluminense neste sábado.

A indicação para o conselho havia sido confirmada no início de março. O nome do presidente do Flamengo seria avaliado pelos acionistas da Petrobras em assembleia geral marcada para o dia 13 de abril.

Se fosse aprovado, Landim substituiria o almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que pediu para deixar o cargo alegando razões pessoais. O presidente do Flamengo fez carreira na estatal, de onde saiu em 2006 para integrar o grupo empresarial de Eike Batista.

O Ministério de Minas e Energia divulgou a carta entregue por Landim a Bento Albuquerque. "Entendo que existiria um risco considerável, caso fosse conduzido à Presidência do Conselho da Petrobras, de não conseguir exercer ambas as funções com a excelência por mim desejada e à altura que a Petrobras e o Flamengo merecem", escreveu Landim.

"Em fase das suas argumentações, entendemos, perfeitamente, as razões que o motivaram a declinar da indicação para a presidência do Conselho de Administração da Petrobras", respondeu o ministro, em outra carta.

Indicação de Landim aguarda "trâmites legais"

O ministério também afirmou, em nota, que Adriano Pires, indicado ao comando da Petrobras, "está cumprindo os trâmites legais e administrativos exigidos" para ter o nome submetido à assembleia da estatal, no dia 13 de abril. "Temos que aguardar todas essas análises e, se tiver algum óbice, se pode ser superado", disse ainda a pasta.

A indicação de Landim ocorreu em meio à escalada dos preços dos combustíveis, que pressiona o governo Bolsonaro. A disparada de itens como a gasolina e o óleo diesel foi impulsionada em março pelos efeitos econômicos da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Bolsonaro deve tentar a reeleição neste ano e teme os impactos da perda do poder de compra do eleitorado. O presidente vem empilhando críticas à Petrobras e já defendeu mudanças na política de preços da estatal.

Alvo do descontentamento de Bolsonaro, o presidente da companhia, general Joaquim Silva e Luna, recebeu no dia 28 de março a comunicação de que deixará o cargo. O economista Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), foi indicado pelo governo para o lugar de Silva e Luna.

Bolsonaro classificou como "coisa de rotina" a segunda demissão de um presidente da Petrobras em seu governo, após o anúncio da saída do general. "É coisa de rotina, sem problema nenhum", disse.

Na hora de definir os preços nas refinarias, a Petrobras leva em consideração o comportamento do petróleo no mercado internacional e a variação do dólar. É o chamado PPI (Preço de Paridade de Importação).

A atuação da petroleira e a carestia dos combustíveis viraram temas recorrentes de manifestações de possíveis candidatos à Presidência da República.

Pesquisa Datafolha indicou que 68% dos brasileiros atribuem ao governo Bolsonaro a responsabilidade pela alta de combustíveis.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.