Toyota vai fechar fábrica de 60 anos no ABC que produziu o jipe Bandeirante

Montadora diz que os 550 funcionários do ABC terão a opção de trabalhar em outras plantas

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São Paulo

A fabricante de carros Toyota vai fechar a linha de produção de peças de São Bernardo do Campo (ABC paulista) até o fim de 2023.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira (5), a montadora diz que a operação industrial do ABC será transferida para as unidades de Sorocaba, Porto Feliz e Indaiatuba, todas cidades paulistas onde ela já atua.

A transferência, diz a Toyota, será gradual, deverá durar um ano e terá início em dezembro de 2022. A fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo foi inaugurada em 1962 e foi primeira unidade da montadora fora do Japão.

A linha de autopeças substituiu, em 2001, a produção do utilitário Bandeirante, jipe que acabou convertido em objeto de desejo e que parou de ser fabricado porque seu motor ultrapassava os limites da lei para emissão de poluentes em vigor a partir de 2002.

Primeiro lote de Toyota Bandeirante produzido na fábrica de São Bernardo do Campo, em 1962
Primeiro lote de Toyota Bandeirante produzido na fábrica de São Bernardo do Campo, em 1962 - Divulgação

Segundo a Toyota, a unidade do ABC tem cerca de 550 funcionários (o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC diz que são 580) e todos terão a opção de continuar trabalhando nas demais unidades da montadora.

A produção de peças em São Bernardo do Campo atende linhas de montagem no Brasil, na Argentina e nos Estados Unidos.

A Toyota diz buscar mais eficiência com a transferência da operação industrial. "Faz parte de seu plano em busca de mais competitividade frente aos desafios do mercado brasileiro e da sustentabilidade de seus negócios no país."

O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), lamentou a decisão da montadora. Ele diz, em nota, ter sido comunicado da transferência pelo diretor de relações governamentais da empresa, Roberto Braun, também nesta terça.

A montadora de origem japonesa diz, no comunicado divulgado em seu site, que vem tomando decisões para garantir a produção de carros cada vez melhores.

"Diversas atividades vêm sendo conduzidas nessa direção, tais como a renovação do portfólio com a chegada do Corolla Cross, a introdução do terceiro turno em Sorocaba, a exportação de motores de Porto Feliz para a América do Norte e o investimento de R$ 50 milhões na operação de Indaiatuba, que produz o Corolla sedã."

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC diz ter sido pego de surpresa com o comunicado e considerou irresponsável a decisão da empresa.

A entidade de trabalhadores diz que a possibilidade de encerramento da unidade nunca foi tratada pela montadora que, segundo o sindicato, vinha assegurando que os investimentos da empresa no Brasil garantiam a permanência da fábrica por pelo menos três anos.

"O sindicato está aberto para buscar alterativas para a permanência da Toyota em São Bernardo", disse a direção da entidade, em nota.

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