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A semana que termina foi recheada de notícias que movimentaram os mercados. Entre os destaques, dados de inflação ao consumidor no Brasil e nos EUA e a derrubada das cotações das criptomoedas.
Por aqui, teve ainda a criação de uma holding envolvendo duas aéreas latinas e instituições liberando operações com criptos. Está por dentro? Faça o quiz:
Mais juros, mais lucro
Os quatro grandes bancos do país listados na Bolsa —Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e BB (Banco do Brasil)— reportaram um lucro líquido conjunto de R$ 24,76 bilhões no primeiro trimestre de 2022.
Foi um crescimento de 13,57% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O que explica: os bancos costumam elevar a rentabilidade das suas operações em períodos de alta nos juros. No trimestre, o resultado foi impulsionado pela carteira de crédito, principalmente em produtos como cartão de crédito, cheque especial e crédito rotativo.
- Enquanto geram um maior retorno aos bancos, essas linhas também são consideradas mais arriscadas.
- As instituições já perceberam um aumento na inadimplência em razão dos juros altos e esse é um sinal que irá atrair a atenção do mercado nos próximos balanços.
Os resultados dos bancões no 1º tri vieram próximos das expectativas do mercado. Veja os destaques de cada um:
- O Bradesco teve lucro líquido de R$ 6,8 bilhões. A carteira de crédito registrou expansão de 18,3% na base anual e a inadimplência chegou a 3,2% no trimestre.
- O Santander Brasil teve lucro líquido de R$ 4 bilhões, a carteira de crédito cresceu 7,2%, e a inadimplência foi de 2,9%.
- O Itaú registrou lucro de R$ 7,361 bilhões, alta de 13,9% da carteira de crédito e 2,6% de inadimplência.
- O BB teve lucro líquido ajustado de R$ 6,6 bilhões, avanço de 16,4% no crédito e inadimplência de 1,89% –único entre os bancões a ver o número cair na comparação anual.
Na Bolsa: o resultado do BB agradou os investidores e impulsionou as ações dos grandes bancos, que sustentaram a alta do Ibovespa em um dia morno lá fora.
Mais sobre mercados:
- Depois da sangria na TerraUSD, foi a vez da stablecoin Tether perder sua paridade com o dólar e ampliar o "criptocolapso".
- Opinião: colapso das criptomoedas pode não ficar apenas nas criptomoedas, afirma Katie Martin, editora do Financial Times.
Pague só após ser contratado
Em um cenário de muita demanda e pouca oferta por profissionais de tecnologia, startups têm apostado num modelo que financia o curso na área para quem quer seguir essa carreira.
O pagamento vem só após o aluno ser contratado.
Entenda: esse é o modelo de sucesso compartilhado, criado nos EUA na década de 1950 e adaptado no Brasil para formar futuros profissionais da tecnologia.
- Driven, Trybe, Cubos Academy e Galena (voltada a ex-estudantes de escola pública de 18 a 24 anos) são exemplos de startups nessa modalidade.
- Nos relatos dos alunos à Folha, toda a turma costuma estar com um emprego na área em poucos meses.
Por que importa: a falta de trabalhadores no setor de tecnologia brasileiro é tamanha que, mantido o ritmo atual de profissionais formados, o país chegará em 2025 com 532 mil vagas abertas nessa área sem ter quem ocupá-las.
- A projeção é da Brasscom, entidade que representa as empresas do setor. Ela também aponta que baixa procura e evasão são dois dos principais problemas a serem enfrentados pelo setor na graduação.
- O cenário força as startups e outras empresas daqui a competirem por profissionais entre si e com as estrangeiras, que pagam em dólar ou euro. Essa disputa pode causar um movimento conhecido como fuga de cérebros.
Outros exemplos: a Folha já mostrou como startups têm "reinventado a roda" para conseguir preencher suas vagas.
- Algumas delas criam cursos ou fazem parcerias com escolas de programação para formar seus futuros funcionários.
- As ações também visam atrair e preparar pessoas de grupos pouco representados no setor de tecnologia, como mulheres, negros e pessoas com deficiência.
Mais sobre startups
Investidores estão reduzindo valor de startups latino-americanas, diz CEO da Creditas.
Dê uma pausa: a vez da China?
- Para ler: "Princípios para a ordem mundial em transformação", do megainvestidor Ray Dalio (Intrínseca, trad. Alexandre Raposo e Cláudia Mello Belhassof, 560 págs, R$ 129,90, R$ 89,90 (ebook).
Ray Dalio é considerado um dos gurus do mercado pelo histórico de lucratividade como gestor e por livros reconhecidos no meio. Em sua nova obra, ele monta cenários de investimento para o que considera como "cenários de fim de mundo".
Entenda: para ele, o próximo apocalipse financeiro será marcado pela derrocada do dólar e pela estabilização da China como maior economia mundial.
Para lucrar nesse cenário, o investidor precisa seguir uma estratégia que Dalio repete há algum tempo: carteira diversificada, ou seja, com ativos que tenham pouquíssima relação uns com os outros. Leia aqui a crítica do repórter Clayton Castelani na íntegra.
- Para ver: "Ascensão" - documentário disponível no Paramount+ e para alugar no Now.
Ainda no assunto de crescimento da economia chinesa, a obra "Ascensão", que concorreu ao Oscar deste ano, mostra cenas do novo cotidiano do país, cheio de contrastes.
A documentarista sino-americana Jessica Kingdon percorreu mais de 50 locações da China continental para criar a produção.
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