Descrição de chapéu petrobras

Bolsonaro diz que lucro da Petrobras é 'um estupro' e que novos reajustes podem quebrar o país

Presidente diz que não manda na empresa e que petroleiras estrangeiras têm menor rentabilidade

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (5) que o lucro de R$ 44,5 bilhões da Petrobras no primeiro trimestre é um "estupro" e um "absurdo".

"Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis. O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo. Vocês não podem aumentar mais o preço do combustível", declarou o presidente, durante sua live semanal.

"A gente apela para a Petrobras: 'não reajuste o preço dos combustíveis'. Vocês estão tendo um lucro absurdo. Se continuar tendo lucro dessa forma e aumentando o preço dos combustíveis, vai quebrar o Brasil", disse o presidente, em outro momento da transmissão.

O presidente Jair Bolsonaro (PL)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) - Adriano Machado/Reuters

Ao divulgar o resultado nesta quinta, a Petrobras anunciou a distribuição de R$ 48,5 bilhões em dividendos a seus acionistas. Foi o terceiro maior lucro já registrado por uma companhia aberta no Brasil, segundo levantamento feito por Einar Rivero com dados da TC/Economática (os dois primeiros são da própria estatal, registrados no quarto trimestre de 2020 e no segundo de 2021).

Segundo a Petrobras, o desempenho no primeiro trimestre de 2022 foi beneficiado pela valorização do petróleo, maiores exportações e melhores margens na venda de diesel, compensados negativamente pelo menor volume de vendas de derivados.

Bolsonaro afirmou na live que "não manda na Petrobras" e que seria uma "irresponsabilidade" interferir na empresa. No entanto, adotou um tom duro contra a empresa ao chamar o resultado também de "crime" e de "inadmissível".

"Eu não posso entender, pode ser que eu esteja equivocado: a Petrobras, durante crise da pandemia e agora a guerra lá fora, fatura horrores. O lucro da Petrobras é maior com a crise, isso é um crime, é inadmissível", afirmou.

Ele argumentou ainda que petroleiras internacionais estariam trabalhando com margens de lucro menores por causa da crise internacional desencadeada com a Guerra da Ucrânia. "Se tiver mais um aumento de combustível, pode quebrar o Brasil e o pessoal da Petrobras não entende; ou não querem entender, ou só estão de olho no lucro", disse Bolsonaro.

Apesar das reclamações de Bolsonaro, dados apontam que a Petrobras tem operado com valores defasados em relação à cotação internacional.

Segundo dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), nesta quinta o preço médio do diesel nas refinarias brasileiras estava R$ 1,59 abaixo da paridade de importação, conceito que simula quanto custaria trazer o produto dos Estados Unidos.

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