Descrição de chapéu Imposto de Renda

Declaração do IR: quando procurar ajuda de um contador?

Serviço pode ser oferecido por profissionais de diferentes formações, entenda

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São Paulo

Quase 12 milhões de brasileiros ainda não declararam o Imposto de Renda de 2022, cujo prazo termina às 23h59 do próximo dia 31 de maio. Para quem está sem tempo de fazer sua própria declaração ou tem dúvidas sobre o preenchimento das informações, a assessoria profissional de um contador, economista ou advogado contabilista, é uma opção.

O diretor-executivo da consultoria Confirp, Richard Domingos, afirma que o prazo de duas semanas é suficiente para conseguir ajuda, ou seja, ainda dá tempo. Ele explica que o mais difícil da declaração do IR não é a interpretação da lei nem o preenchimento, mas a reunião das informações necessárias. "Se o contribuinte tiver a documentação em mãos, fazer a declaração é muito simples."

Leão do Imposto de Renda IR 2022
A ajuda profissional depende, principalmente, dos documentos fornecidos pelo contribuinte - Catarina Pignato

Embora a ajuda profissional possa servir a qualquer um, Richard indica situações em que convém que o contribuinte busque suporte específico, como os contribuintes que:

  • Operaram com renda variável, em ações na Bolsa, criptomoedas etc.

  • Investiram no exterior

  • Venderam imóveis em 2021

  • Receberam valores por meio de inventário ou espólio

  • Brasileiros que estão se mudando definitivamente do país

Caso a declaração feita pelo profissional contenha algum erro, informações falsas ou fraudadas, a responsabilização do profissional só acontece se for comprovada intenção de fraudar ou imperícia.

No geral, a responsabilidade é do contribuinte, que deve apresentar todos os documentos essenciais corretos ao profissional.

O que fazer ao procurar ajuda profissional para declarar o IR

  • Reúna os documentos necessários para a declaração

    A lista inclui documentos básicos de identificação, informes de rendimentos das fontes pagadoras, declarações anteriores, recibos que provem gastos dedutíveis na declaração, documentação de bens e imóveis, comprovantes de pagamento de pensão, doações e recebimento de herança, conforme o caso.

  • Procure um profissional referenciado, com boa reputação e inscrito em seu conselho de classe

    Cada categoria profissional (seja contador, economista ou advogado) tem seu conselho de classe, que costuma exigir diretrizes básicas na atuação dos profissionais.

  • Firme um contrato claro e específico sobre as responsabilidades de ambas as partes

    É importante definir previamente exatamente o que se espera das partes. Por exemplo: caso o cliente seja retido na malha fina, se o serviço estará incluído ou gerará uma cobrança adicional.

  • Faça um checklist dos documentos entregues ao profissional

    O documento deve listar tudo que foi entregue e ser assinado tanto pelo contribuinte como pelo contratado. David Soares, analista editorial da área de IR do IOB, explica que a lista pode ajudar a determinar de quem foi a responsabilidade em caso de acusação de fraude.

A principal dica do consultor é ter discernimento para saber se o próprio conhecimento é suficiente para fazer a declaração corretamente e sem ajuda profissional. Para ele, a máxima popular que diz que é melhor prevenir do que remediar se aplica à situação.

"Se você não tem o domínio sobre determinada matéria, é mais barato contratar um profissional para que faça o serviço correto de uma única vez do que contratar depois advogados tributaristas e criminalistas para te defender em um processo-crime", diz.

VEJA OS PRINCIPAIS ERROS E EVITE A MALHA FINA

OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TITULAR

  • Segundo a Receita Federal, a omissão de rendimentos ocorre quando o contribuinte não informa toda a renda recebida ou coloca na declaração um valor inferior ao que, de fato, ganhou
  • Isso pode ocorrer por erro do contribuinte, que se esquece de informar um trabalho eventual, por exemplo, ou quando não encontra o recibo de pagamento para declarar os dados corretamente

  • Mas também pode ser porque a fonte pagadora informe um valor à Receita, e o contribuinte, outro
  • Se houve falha do trabalhador no preenchimento do IR e ele enviou a declaração, a correção dos dados deve ser feita o quanto antes, declarando exatamente quanto recebeu em uma declaração retificadora
  • Se foi erro do empregador, é preciso pedir para que a declaração enviada pela empresa ao fisco seja corrigida, assim como o informe de rendimentos fornecido ao profissional

OMISSÃO DE RENDIMENTOS DOS DEPENDENTES

  • Ao incluir um dependente na declaração do IR, todos os rendimentos recebidos por ele também devem ser declarados
  • Se o filho fez trabalhos temporários e recebeu remuneração ou os pais ou avós que são dependentes receberam aposentadoria, os valores devem ser declarados corretamente
  • Se a mulher ou o marido entrar como dependente em uma das declarações, a renda dos dois deve estar informada

DESPESAS MÉDICAS NÃO CONFIRMADAS

  • A divergência entre os valores informados pelo contribuinte e os declarados pelo prestador de serviço médico pode ocorrer por erro das duas partes. Ou o contribuinte não sabe o valor exato e coloca informações diferentes ou a clínica, por algum motivo, se esquece de declarar ao fisco o gasto realizado naquele CPF
  • Segundo a Receita, se o prestador do serviço médico não informar ou informar os valores com divergência, a declaração ficará retida para análise
  • Neste caso, será preciso ter os documentos que comprovem os gastos

DESPESAS MÉDICAS QUE NÃO PODEM SER DEDUZIDAS

PENSÃO ALIMENTÍCIA QUE NÃO É OFICIAL

  • De acordo com a Receita Federal, um dos maiores erros da malha fina é tentar incluir a pensão alimentícia paga quando ela não é oficial, ou seja, não está oficializada por decisão judicial ou por escritura pública registrada em cartório
  • Se a separação não foi registrada quem paga pensão não poderá deduzi-la

Colaborou Luciana Lazarini

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