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Diesel atinge novo recorde e preço médio já passa de R$ 7 em 12 estados

Combustível subiu 3,2% na semana, com repasse de reajuste nas refinarias da Petrobras

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Rio de Janeiro

Com o repasse do último reajuste nas refinarias da Petrobras, o preço do diesel nos postos brasileiros subiu 3,2% esta semana e atingiu novo recorde desde o início da pesquisa semanal de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), em 2004.

O preço da gasolina ficou praticamente estável, mas a alta de R$ 0,003 por litro levou o produto a novo recorde desde o início da pesquisa da agência, apesar da queda da cotação do etanol hidratado nas usinas de São Paulo.

Segundo a ANP, o preço médio do diesel chegou a R$ 6,847 por litro. O valor é 2,9% superior ao recorde atingido na semana de 19 de março, logo após os mega-aumentos promovidos pela Petrobras, e 44% superior ao pior período da greve dos caminhoneiros de 2018.

Carro é abastecido em posto de Santo André (SP) - Rivaldo Gomes - 23.fev.2021/Folhapress

A agência encontrou o litro de diesel a até R$ 8,300, em Cruzeiro do Sul (AC). O preço máximo detectado pela agência esta semana, porém, é 1,1% inferior ao verificado na semana anterior, em Porto Seguro (BA).

Em 12 estados, o preço médio do combustível já passa de R$ 7 por litro. A média estadual mais alta foi verificada no Acre: R$ 8,067 por litro. Embora insatisfeitos com a escalada, os caminhoneiros estão divididos sobre nova paralisação.

O reajuste no preço do diesel anunciado pela Petrobras na segunda-feira (9) provocou a demissão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que foi substituído por Adolfo Sachsida, que assessorava o ministro da Economia, Paulo Guedes.

A empresa alegou que precisava acompanhar a evolução das cotações internacionais do produto, que já tinha defasagens superiores às verificadas antes do mega-aumento de março. O aumento, de 8,87%, porém, não foi suficiente para zerar a diferença.

Segundo dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a defasagem entre o preço médio do diesel nas refinarias brasileiras e a paridade de importação está hoje em R$ 0,57 por litro.

A diferença é ainda maior no preço da gasolina, que teve o último reajuste há mais de dois meses: R$ 1,07. O mercado, porém, avalia que a Petrobras deve suportar perdas por mais tempo, diante da pressão do governo contra reajustes.

Logo em sua posse, o novo ministro de Minas e Energia prometeu estudos para privatizar a estatal. No dia seguinte, o governo entrou com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar forçar os estados a baixar o ICMS sobre o diesel.

Nas bombas, o preço da gasolina ficou em R$ 7,298 por litro, contra o recorde anterior de R$ 7,295 por litro, atingido na semana passada, indicando que a queda da cotação do etanol anidro ainda não chegou às bombas.

Em duas semanas, o biocombustível que representa 27% da mistura de gasolina vendida nos postos recuou 7,7% nas usinas de São Paulo.

O etanol hidratado vem caindo com mais intensidade nas usinas: em duas semanas, acumula recuo de 13,7%. Nas bombas, o preço médio do combustível caiu 2,1% esta semana, para R$ 5,323 por litro.

Segundo a ANP, o preço do botijão de gás de 13 quilos permaneceu estável novamente, em R$ 112,93. O valor é 0,1% inferior ao verificado na semana anterior, também indicando que o corte de 5,6% promovido pela Petrobras no início de abril ainda não chegou ao consumidor.

O preço do GNV (gás natural veicular) permaneceu em alta, subindo 0,7% na semana, para R$ 5,265 por metro cúbico. O combustível é muito usado por taxistas e motoristas de aplicativos em estados que têm rede de gás canalizado.

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