Dólar fecha em leve alta em dia de ata do Fed

Bolsa brasileira destoa dos pares e encerra os negócios estável

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São Paulo

Após oscilar em alta desde a abertura dos negócios nesta quarta-feira (25), a valorização do dólar chegou a ultrapassar 1% no início da tarde, mas o movimento acabou perdendo força próximo do final do pregão.

No encerramento da sessão, a moeda americana marcava apreciação modesta de 0,20%, cotada a R$ 4,8210 para venda. Na máxima do dia, a divisa chegou a encostar em R$ 4,8650, com a mínima em R$ 4,8060.

O recuo na alta da moeda coincidiu com a divulgação da ata do Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos), embora o documento não tenha trazido grandes novidades ao mercado, confirmando indicações anteriores de manutenção no ritmo de aperto da política monetária americana.

Notas de dólar dos EUA
Notas de dólar dos EUA - Marcello Casal Jr. - 2.mai.2019/ABr

Na Bolsa de Valores, o índice de ações Ibovespa destoou dos pares globais e operou em leve queda durante toda a sessão.

Já perto do final do pregão, com a melhora do humor dos investidores nos Estados Unidos, com a ata ratificando novas altas de 0,50 ponto pelo Fed, o Ibovespa apresentou uma pequena melhora, para fechar estável ante o fechamento anterior, aos 110.579 pontos.

Pressionaram negativamente para o desempenho do Ibovespa nesta quarta as ações dos grandes bancos, com queda de 2,62% do Santander, e de 1,8% do Itaú. Já os papéis do Bradesco recuaram 1,13%, e os do Banco do Brasil, 0,61%.

Exportadoras de commodities impediram uma queda mais intensa do Ibovespa, com alta de 2,03% das ações ordinárias da Petrobras, e de 1,42% das preferenciais. Os papéis da estatal se recuperaram após as fortes perdas na véspera, depois de o governo determinar a troca no comando da companhia.

"A questão chave é saber se Caio Paes de Andrade terá (ou não) a anuência dos membros do conselho. Caso aceito, seu grande desafio será achar uma saída para suavizar os reajustes de derivados de combustível. O intervalo de 100 dias para cada ciclo de reajustes ganha espaço", aponta Julio Hegedus Netto, economista-chefe da Mirae Asset Wealth Management em relatório.

Já a Vale fechou o dia com ganhos moderados de 0,31%.

No mercado global, as Bolsas nos Estados Unidos oscilaram sob intensa volatilidade desde a abertura, mas se firmaram no campo positivo após a ata do Fed.

O S&P 500 teve valorização de 0,95%, o Dow Jones subiu 0,60%, e o Nasdaq, com maior concentração de negócios de tecnologia, avançou 1,51%.

Segundo a ata do BC americano, todos os participantes da reunião de política monetária de 3 a 4 de maio apoiaram um aumento de juros de 0,50 ponto percentual para combater a inflação, que eles concordaram ter se tornado uma grande ameaça para o desempenho da economia norte-americana, e que poderia subir ainda mais sem a ação da autoridade monetária.

A elevação de juros de 0,50 ponto percentual neste mês foi a primeira desse tamanho em mais de 20 anos, e colocou o Fed em uma trajetória de rápido aperto da política monetária, com "a maioria dos participantes" julgando que mais ajustes de 0,50 ponto seriam "provavelmente apropriados" nas próximas reuniões do banco central, em junho e julho, de acordo com a ata divulgada nesta quarta.

Preocupações dos investidores sobre a possibilidade de a autoridade monetária dos Estados Unidos ter de apertar o ritmo de altas estiveram entre as principais razões para as quedas das Bolsas americanas verificadas nos últimos dias.

"Todos os participantes concordaram que a economia dos Estados Unidos estava muito forte, o mercado de trabalho estava extremamente apertado e a inflação, muito elevada", afirmou a ata, com os riscos de uma inflação mais acelerada "inclinados para cima" em razão dos atuais problemas de oferta globais, da guerra na Ucrânia e dos lockdowns contínuos contra o coronavírus na China.

Segundo os analistas da Guide, o que gerou um otimismo maior no mercado foi um ponto em específico dentro da ata, que citou a possibilidade de uma interrupção do ciclo de alta "mais tarde neste ano", para que o Fed possa avaliar os efeitos do aperto e até que ponto os desenvolvimentos na economia justificam ajustes no ritmo da política monetária.

"Esse comentário ajuda a aumentar as apostas em uma redução do ritmo de alta dos juros para 0,25 ponto a partir de setembro", apontam os analistas da Guide.

O movimento de alta no mercado americano acompanhou o bom humor na Europa e na Ásia. O FTSE-100, de Londres, avançou 0,51%, o CAC-40, de Paris, subiu 0,73%, e o DAX, de Frankfurt, 0,63%.

Os analistas da XP destacam que dados sobre o ritmo da atividade de serviços nos Estados Unidos e na Europa mostraram desaceleração neste mês, refletindo os efeitos da inflação sobre a demanda e a dificuldades com oferta de matérias-primas para a produção manufatureira.

"Apesar do resultado, em ambos os casos, as leituras mostram que as economias continuam em ritmo de crescimento, reduzindo os temores de uma recessão iminente."

Nas Bolsas asiáticas, o CSI 300, da China, fechou a sessão em alta de 0,61%, e o Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,29%. Na contramão dos pares, o Nikkei, de Tóquio, recuou 0,26%.

Com Reuters

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