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Economia mundial tem 'amortecedor' contra recessão, diz Gopinath, do FMI

Atuais previsões de crescimento podem servir de proteção internacional, afirma a economista

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Alessandra Galloni
Davos | Reuters

Enquanto a economia mundial enfrenta ventos contrários, as atuais previsões de crescimento oferecem uma proteção contra uma possível recessão global, disse nesta segunda-feira (23) a autoridade número dois do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Entre as principais ameaças ao crescimento econômico, a primeira vice-diretora-gerente do FMI, Gita Gopinath, disse à Reuters que o conflito na Ucrânia pode aumentar, acrescentando: "Você pode ter sanções e contrassanções".

Gopinath disse em entrevista durante o Fórum Econômico Mundial no resort suíço de Davos que os outros desafios incluem inflação, aperto das taxas de juros pelos bancos centrais e desaceleração do crescimento chinês.

Primeira vice-diretora-gerente do FMI, Gita Gopinath, fala em entrevista à Reuters em Davos, Suíça - Arnd Wiegmann - 23.mai.2022/Reuters

"Então, tudo isso fornece riscos negativos para nossa previsão", disse Gopinath, com referência à estimativa de crescimento global do FMI para 2022 divulgada no mês passado de 3,6%, um rebaixamento em relação ao prognóstico de 4,4% de janeiro.

"Eu diria que em 3,6% há um amortecedor", disse ela, admitindo, no entanto, que os riscos são desiguais em todo o mundo.

"Há países que estão sendo duramente atingidos... países na Europa que estão sendo duramente atingidos pela guerra, onde podemos ver recessões técnicas", acrescentou Gopinath.

Gopinath disse que a inflação "permanecerá significativamente acima das metas do banco central por um tempo", acrescentando: "É muito importante que os banqueiros centrais de todo o mundo lidem com a inflação como um perigo claro e presente, isso é algo com o qual eles precisam lidar de forma muito contundente".

"As condições financeiras podem apertar muito mais rapidamente do que já vimos. E o crescimento na China está desacelerando."

O Federal Reserve, banco central dos EUA, está à frente no aperto entre os maiores bancos centrais, com dois aumentos de juros neste ano. O segundo, de 0,50 ponto percentual, foi a maior em 22 anos. Pelo menos mais dois aumentos dessa magnitude são esperados nas próximas reuniões.

"O que é muito importante é que o Fed observe os dados com cuidado e responda na escala necessária para lidar com os dados recebidos", disse Gopinath.

"Então, se a inflação for especialmente disseminada... estiver subindo ainda mais, eles podem precisar reagir com mais força."

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