Descrição de chapéu Financial Times

Erro de operador provoca 'crash' de 5 minutos em Bolsas europeias

Ações suecas foram as mais impactadas durante a queda súbita da segunda-feira

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Joshua Franklin Philip Stafford
Nova York e Londres | Financial Times

O Citigroup admitiu um erro de um de seus operadores na segunda-feira (2), horas depois que algumas ações europeias foram atingidas por uma queda forte e repentina, de curta duração.

Ações escandinavas sofreram impacto especialmente forte em uma sessão tranquila de operações, segunda-feira na Europa, e o índice OMX 30, a referência de mercado de ações sueco, chegou a cair em 7,9% antes de fechar o dia em queda de 1,9%.

Os mercados de Paris, Amsterdã e Bruxelas também foram afetados pela súbita onda de vendas, que aconteceu durante um período de cinco minutos por volta das 10h, horário da Europa Central. No geral, o índice regional Europe Stoxx 600 sofreu queda de até 3%, antes de recuperar parte e suas perdas e fechar em baixa de 1,5%. As empresas afetadas incluem a seguradora finlandesa Sampo, a seguradora holandesa NN e o grupo sueco de investimento Kinnevik.

Logo do Citigroup - Lucy Nicholson - 10.mar.2015/Reuters

Erros operacionais e os chamados "flash crashes", causados por algoritmos que escapam ao controle, podem causar quedas severas nos mercados em questão de minutos. Não é incomum que aconteçam nos mercados mundiais de ações, mas em geral costumam afetar ações ou índices isolados.

Os participantes do mercado atribuíram as fortes quedas a um erro em uma operação do Citi envolvendo uma cesta de ações que incluía muitas empresas suecas, e que aconteceu durante um dia no qual os mercados de Londres, um dos mais importantes centros financeiros da Europa, estavam fechados por conta de um feriado.

O Citi confirmou mais tarde que um de seus operadores havia "cometido um erro ao inserir os dados de uma transação", sem acrescentar outros detalhes.

"Em poucos minutos, identificamos o erro e o corrigimos", o banco afirmou em um comunicado.

A Nasdaq e a Euronext, donas dos mercados em que as quedas ocorreram, anunciaram, ambas, que as transações seriam mantidas. Para o Citi, o acidente operacional evoca recordações de um tropeço sofrido em 2020, quando o banco transferiu erroneamente US$ 900 milhões (R$ 4,5 bilhões) aos credores da companhia de cosméticos Revlon.

O banco só conseguiu recuperar uma parte desses fundos. Posteriormente, foi multado em US$ 400 milhões (R$ 2 bilhões) pelas autoridades regulatórias americanas por não ter corrigido deficiências em seus sistemas de administração de riscos e de controle, e instruído a atualizar seus processos e tecnologia.

Jane Fraser, presidente-executiva do Citi desde fevereiro de 2021, enfatizou que os controles e a gestão de risco continuam a ser prioridade para o banco, se referindo a eles como "não negociáveis" em um evento para investidores realizado em março.

O termo "flash crash" foi cunhado em 2010, quando os índices de ações americanos despencaram em velocidade estonteante depois que computadores encontraram problemas para reagir a uma grande transação no mercado de futuros dos Estados Unidos, o que deflagrou uma reação em cadeia que se espalhou para o mercados de ações.

Tradução de Paulo Migliacci

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