Descrição de chapéu Financial Times férias

Goldman Sachs libera chefes a tirarem quantas folgas quiserem

Diretores e sócios ficam livres para 'recarregar energia'; meta é reter talentos

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Michael O’Dwyer
Londres | Financial Times

O banco americano Goldman Sachs disse a seus funcionários mais graduados que eles terão permissão para tirar quantas folgas quiserem para que possam "descansar e recarregar energia".

Sob um novo esquema de "férias flexíveis" introduzido em 1º de maio, sócios e diretores administrativos poderão "tirar folga quando necessário, sem limite fixo de dias de descanso pago", disse o banco de Wall Street a funcionários em um memorando no mês passado.

A remoção dos limites de folga para banqueiros seniores será aplicada globalmente, mas detalhes precisos dessa nova política para cada região seriam comunicados separadamente, segundo o banco. ​

Painel de madeira marrom-avermelhada com um quadrado de linhas brancas dentro do qual está escrito onome do banco também com letras brancas. Ao fundo se veem paineis com cotações da bolsa e janelas envidraçadas
Logotipo do banco Goldman Sachs no pregão da Bolsa de Valores de Nova York - Andrew Kelly/Reuters

Funcionários mais juniores, que ainda terão direito a apenas um número fixo de dias de folga pagos, receberam um mínimo de dois dias extras de férias por ano.

Os funcionários de todos os níveis serão obrigados a passar pelo menos três semanas longe do trabalho anualmente a partir de 2023, incluindo pelo menos uma semana inteira de dias consecutivos de folga.

As mudanças seguem o escrutínio das práticas de trabalho do Goldman no ano passado, quando um grupo de analistas juniores de bancos de investimento disse à administração que estavam trabalhando em condições "desumanas", com uma média de 95 horas por semana com cinco horas de sono por noite.

Os analistas apresentaram um conjunto de slides com propostas como limitar a 80 horas sua semana de trabalho e respeitar uma política existente de que banqueiros juniores não devem trabalhar entre sexta-feira às 21h e domingo de manhã.

No memorando para a equipe em 22 de abril, visto pelo Financial Times, o Goldman disse que estava "comprometido em fornecer aos nossos funcionários benefícios e ofertas diferenciadas para apoiar o bem-estar e a resiliência".

"À medida que continuamos a cuidar de nosso pessoal em todas as etapas de suas carreiras e focamos na experiência de nossos parceiros e diretores administrativos, temos o prazer de anunciar melhorias e mudanças em nosso programa global de férias projetado para apoiar ainda mais o tempo de descanso e recarregar", disse.

A nova política do banco segue a prática de férias "ilimitadas" adotadas por muitos empregadores do setor de tecnologia, mas menos comuns em empresas de serviços financeiros.

As mudanças do Goldman acontecem quando os bancos se envolvem em uma guerra por talentos que resultou em grandes aumentos salariais e novas iniciativas para melhorar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

As quantias pagas a banqueiros juniores também aumentaram acentuadamente nos últimos anos com a luta para reter funcionários sobrecarregados exacerbada pelo boom nas negociações durante a pandemia.

O Citigroup anunciou planos para um novo centro de banco de investimento na cidade de Málaga, no sul da Espanha, onde os analistas juniores serão solicitados a trabalhar apenas oito horas por dia e ter seus fins de semana protegidos.

Em troca, eles receberão cerca de metade do salário inicial de US$ 100.000 por ano (cerca de R$ 39 mil por mês, considerando 13º salário) pago a seus colegas iniciantes em Londres ou Nova York.

Tradução Ana Estela de Sousa Pinto

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