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Mais influenciadores que dentistas no Brasil
O Brasil já soma mais de 500 mil influenciadores, segundo a multinacional de pesquisas Nielsen, que considera perfis de pessoas com mais de 10 mil seguidores.
Eles superam o número de dentistas (374 mil), arquitetos (212 mil), engenheiros civis (455 mil) e empatam com o número de médicos (502 mil).
O valor das campanhas varia muito entre o alcance, perfil de seguidores e até a região onde mora o influenciador, mas a média por campanha de um influencer já reconhecido é de R$ 18 mil, segundo agências ouvidas pela Folha. As intermediárias costumam ficar com cerca de 20% desse valor.
Entenda: apesar de muita gente associar a "profissão" de influenciador às celebridades, a imensa maioria deles é caracterizada por gente comum falando para gente comum.
- Eles podem falar desde o consumo nas periferias até ensinar a cuidar de plantas, para citar dois casos.
Mais números: as redes sociais receberam R$ 1,43 bilhão em investimento publicitário em 2021 –considerando também os posts impulsionados pelas próprias empresas– segundo uma pesquisa do CENP (Conselho Executivo das Normas-Padrão).
- Esse valor representa mais do que o investimento em rádio, jornal, revista e cinema somados no ano passado.
Sigo, mas não compro: ainda na pesquisa da Nielsen, 45% das mulheres acompanham sempre influenciadores, contra 24% dos homens. Mas 58% delas e 76% deles nunca compraram produtos ou serviços anunciados por influencers.
- A maioria (66%) informou que não comprou por não sentir confiança no que foi apresentado.
Gente como a gente: a vida dos influenciadores é muito parecida com a do seu público –essa ligação é um dos motivos para o acúmulo de seguidores.
- Em entrevista à Folha, cinco deles relatam como iniciaram suas carreiras, as dificuldades e o diferencial do seu trabalho, e o prazer de estar diante de uma câmera.
Investimento em cemitério
Parece mórbido, mas é lucrativo –pelo menos neste ano. Quem investiu em cemitérios sendo cotista do fundo imobiliário CARE11 (Brazilian Graveyard Death Care), viu seu investimento ter um retorno de 71,5% até agora em 2022.
O Ifix, índice de referência para esses ativos, sobe 0,06% no ano.
Entenda: enquanto os FIIs (fundos de investimento imobiliário) tradicionais investem em prédios, shoppings, títulos de renda fixa e repassam o lucro mensal aos cotistas, esse ativo funciona de maneira semelhante, mas o investimento é em cemitérios e jazigos.
- O fundo ainda tem participação ao redor de 20% na Cortel, tradicional empresa de administração de cemitérios, funerárias e crematórios no país.
Em números: o CARE11 tem cerca de 9.200 cotistas e R$ 290 milhões de patrimônio. O crescimento de 71,5% nas cotas deste ano vem depois de uma queda de 20% em 2021 do fundo estruturado em 2016.
A estratégia: a aposta do fundo é no setor de ‘death care’ [cuidados relacionados à morte] diante do envelhecimento da população brasileira, que deve elevar a taxa de mortalidade no país.
Mais sobre investimentos:
Lucro x crescimento: o lucro recorde apresentado por grandes empresas listadas na Bolsa brasileira contrasta com a perspectiva de queda de investimento das companhias para os próximos anos.
- A explicação para isso pode estar na alta dos juros, que freia o apetite de risco (traduzido em endividamento) das empresas, aponta o colunista Marcos de Vasconcellos.
CDI volta a ser destaque: Michael Viriato, do blog De Grão em Grão, mostra como o indicador retomou sua relevância na esteira do avanço da Selic.
BC apressa regulação das criptos
Com o avanço da proposta que regula operações com criptoativos no Congresso, o BC (Banco Central) prepara as regras que devem igualar corretoras e bolsas de ativos digitais, nacionais e estrangeiras a bancos de investimento.
Entenda: aprovada no Senado e tramitando em regime de urgência na Câmara, o projeto vem sendo chamado de marco regulatório das criptomoedas, por estabelecer diretrizes sobre operações feitas com esses tipos de ativos.
- A ideia também é estabelecer uma tipificação penal específica para os casos envolvendo fraudes com criptos.
- Entre as medidas, está a de que um órgão do governo terá que autorizar o funcionamento, supervisionar e aplicar punições às corretoras de ativos virtuais (exchanges).
- As novas normas tentarão barrar o uso de criptomoedas na lavagem de dinheiro e a evasão de divisas para proteger o nível de poupança do país —já considerado baixo demais pelo BC.
Em números: as empresas de criptoativos negociam no país cerca de R$ 300 bilhões, segundo dados do BC de dezembro do ano passado. A quantia representa 27% dos recursos hoje depositados na caderneta de poupança.
- As criptoempresas terão de reportar ao Coaf qualquer transação superior a R$ 10 mil.
- Hoje, a Receita Federal obriga que operações acima de R$ 35 mil sejam notificadas. O fisco registrou R$ 200 bilhões em compra e venda de criptomoedas no ano passado
Startup da Semana: Turivius
Iniciamos a partir desta edição este quadro. Aqui você vai ter todas as segundas um raio-x de startup que recebeu aporte na última semana.
A startup: foi fundada em 2019 em São Paulo por ex-pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e da USP (Universidade de São Paulo). Oferece como serviço um banco de dados de jurisprudência de diversos tribunais do Brasil.
Em números: a empresa realizou na última semana uma captação seed (entenda aqui as etapas de investimento em startups) de US$ 1 milhão (R$ 4,7 milhões). Foi o primeiro aporte anunciado pela Turivius.
Os investidores: o aporte foi liderado pela ABSeed Ventures e teve participação de Domo Invest, ACE Startups e Allievo Capital.
Que problema resolve: a startup promete descomplicar a rotina de advogados e aumentar a previsibilidade de decisões judiciais a partir de seu banco de dados municiado por inteligência artificial (IA).
Principais clientes: Pinheiro Neto, BMA Advogados.
Por que é destaque: o setor de lawtech (startups de direito) ainda é nascente quando trata-se de capital levantado, mas passou a ser mais demandado por escritórios a partir da pandemia.
- No ano passado, foram captados US$ 78 milhões (R$ 370 mi), bem acima dos US$ 9 milhões (R$ 42,7 mi) levantados em 2020. Destaque para idwall (US$ 50 milhões) e JusBrasil (US$ 40 milhões).
A semana em resumo
Foram 14 rodadas de captação feitas na América Latina, com US$ 199 milhões (R$ 944 mi) em investimentos. Destaque para o México, com US$ 125 milhões (R$ 593 mi) levantados em cinco rodadas.
Com Daniela Arcanjo. Os dados são da plataforma Sling Hub .
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