LinkedIn faz acordo para pagar funcionárias que ganhavam menos do que homens nos EUA

Agência dos EUA determina que empresa pague US$ 1,8 mi a 686 mulheres; rede social diz que discorda do governo

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Alyssa Lukpat
The New York Times

O LinkedIn chegou a um acordo com o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos para pagar US$ 1,8 milhão (R$ 9,14 milhões) a funcionárias que, segundo a agência, receberam remuneração muito menor do que seus colegas homens de 2015 a 2017, informou o departamento na terça-feira (3).

Segundo um comunicado divulgado pela agência, o LinkedIn negou pagamento equivalente a 686 mulheres em seus escritórios em San Francisco e em sua sede em Sunnyvale, na Califórnia. As mulheres trabalhavam em cargos de engenharia, marketing e produto.

Durante uma avaliação de rotina, a agência constatou que as mulheres em questão foram remuneradas "a uma taxa estatisticamente bem menor" do que seus colegas do sexo masculino, mesmo depois de levar em conta "fatores explanatórios legítimos", segundo o acordo de conciliação entre o LinkedIn e o Ministério do Trabalho.

Imagem mostra fundo branco com um logo escrito "Linkedin"; a palavra "linked" está na cor preta, e o "in" está dentro de um quadrado azul e fonte branca
Logo do Linkedin em escritório em Mountain View, California - Robert Galbraith/Reuters

"Nosso acordo garantirá que o LinkedIn entenda melhor suas obrigações como contratante federal", disse Jane Suhr, diretora regional do Escritório de Programas de Compliance de Contratos Federais do Departamento do Trabalho, no comunicado da agência.

Em um comunicado na terça, o LinkedIn, de propriedade da Microsoft, negou que tenha discriminado certos funcionários.

"Embora tenhamos concordado em resolver este assunto, não concordamos com a posição do governo", disse o comunicado.

O acordo inclui cerca de US$ 1,75 milhão (R$ 8,89 milhões) em salários atrasados e mais de US$ 50 mil (R$ 254 mil) em juros a serem pagos às mulheres, de acordo com o acordo de conciliação.

Como parte do acordo, o LinkedIn também concordou em enviar relatórios à agência nos próximos três anos, enquanto avalia suas políticas de remuneração e faz ajustes salariais, disse o Departamento do Trabalho. A empresa concordou em executar um programa de treinamento de funcionários sobre "obrigações de não discriminação".

O LinkedIn informou que, no ano passado, suas funcionárias ganharam US$ 0,999 (R$ 5) para cada dólar que os funcionários homens ganharam. A empresa disse em seu site que emprega mais de 19 mil pessoas em todo o mundo.

"O LinkedIn paga e tem pago seus funcionários de forma justa e equitativa ao comparar trabalhos semelhantes", disse o comunicado da empresa.

Sob uma ordem executiva de 1965, os contratantes de âmbito federal, como o LinkedIn, devem fornecer "oportunidades iguais" a seus funcionários e não podem discriminar com base em sexo, identidade de gênero ou outros fatores.

Em geral, as mulheres nos Estados Unidos recebem menos do que os homens. Em 2021, as mulheres que trabalhavam em período integral ganharam cerca de 83% do que receberam seus colegas homens, informou o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA em janeiro.

As empresas de tecnologia enfrentaram um escrutínio especial sobre o que os críticos dizem ser falhas em fornecer oportunidades iguais para mulheres e pessoas negras ou pardas.

Em fevereiro de 2021, o Google chegou a um acordo de US$ 3,8 milhões (R$ 19,3 milhões) com o Departamento do Trabalho em meio a acusações de que tomou decisões de contratação e indenização que discriminavam funcionários e candidatos do sexo feminino e asiáticos.

Sob um acordo com as autoridades estaduais de Rhode Island, o Pinterest prometeu US$ 50 milhões (R$ 254 milhões) em novembro de 2021 para fazer reformas, a fim de resolver denúncias de discriminação contra mulheres e pessoas de cor.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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