Descrição de chapéu Itaú

Lucro do Itaú cresce 15% e alcança R$ 7,36 bilhões no 1º trimestre

Banco deve vender ações e reduzir participação na XP

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São Paulo

O Itaú registrou lucro de R$ 7,361 bilhões no primeiro trimestre de 2022, o que equivale a um crescimento de 15% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 2,8% em relação ao trimestre imediatamente anterior, de acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira (9).

O resultado se deve em grande medida à expansão de 13,9% da carteira de crédito em bases anuais, para R$ 1,032 trilhão. Em relação ao último trimestre do ano passado, houve aumento de 0,5%.

Segundo o banco, a carteira de pessoas físicas atingiu um volume de R$ 347,4 bilhões, alta de 32,9% em bases anuais e de 4,4% ante o quarto trimestre do ano passado. Esse desempenho está relacionado aos volumes de linhas associadas a crédito garantido, como imobiliário (44,5%), e também de outras linhas, como cartão de crédito (41,4%), na comparação com o mesmo período de 2021.

Homem passa por agência do Itaú no Rio de Janeiro
Homem passa por agência do Itaú no Rio de Janeiro - Sergio Moraes - 29.abr.2019/Reuters

Já o índice de inadimplência acima de 90 dias foi de 2,6% ao final do primeiro trimestre do ano, contra 2,3% no comparativo anual e 2,5% em dezembro.

Entre as pessoas físicas, a taxa de atrasos acima de 90 dias alcançou 4,1% em março, contra 3,9% em março de 2021 e 3,8% no final do ano passado.

Presidente do banco, Milton Maluhy Filho afirmou que, em um cenário de alta dos juros e da inflação, a tendência é que os índices de inadimplência sigam com altas moderadas durante os próximos trimestres —percepção semelhante foi transmitida na semana passada pelo presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior.

O presidente do Itaú disse que a expectativa interna é de que os índices de inadimplência retomem gradualmente os níveis observados no pré-pandemia. Em março de 2020, a taxa de atrasos acima de 90 dias do banco era de 3,1%, e de 5,1% entre as pessoas físicas.

As provisões do Itaú para créditos de liquidação duvidosa atingiram R$ 6,385 bilhões no primeiro trimestre do ano, alta de 70,3% ano contra ano e de 6,3% na margem.

O ROE (Retorno Recorrente Gerencial sobre o Patrimônio Líquido Médio anualizado), indicador que mede a rentabilidade da operação, alcançou 20,4% em março, ante 18,5% em igual período de 2021 e 20,2% no trimestre anterior.

Maluhy Filho afirmou que a expectativa é manter o ROE ao redor dos 20% ao longo dos próximos trimestres.

"A transformação digital e cultural do Itaú Unibanco segue em ritmo acelerado, sem que deixemos de entregar resultados consistentes. Além de todos os esforços internos para apoiar a jornada de evolução do nosso negócio, intensificamos os investimentos em aquisições e parcerias, que nos permitirão fazer essa transformação na velocidade que nossos clientes demandam e o mundo atual exige", disse o presidente do Itaú no relatório de resultados.

Itaú deve vender ações e reduzir participação na XP

A compra da fatia de 11,36% da XP realizada pelo Itaú Unibanco no final de abril terá um efeito de dedução de capital do banco da ordem de 0,8%, segundo estimativa passada pela instituição financeira.

Maluhy Filho lembrou que qualquer aquisição de participação superior a 10% de instituições financeiras ou assemelhadas deve ser deduzida da base de capital do banco por questões regulatórias.

Pelos cálculos do Itaú, o investimento na XP, acertado ainda em 2017, terá um impacto de dedução de capital da ordem de 0,8%, afirmou o executivo.

No entanto, se vender uma fatia de 1,37% da participação adquirida, levando-a para um percentual abaixo de 10%, o banco já deixa de ter de fazer a dedução de capital, e ainda recupera boa parte do valor alocado na operação, acrescentou Maluhy Filho.

O executivo disse que o banco vai "escolher o melhor momento" para fazer a venda do percentual das ações da XP para levar a participação na corretora para nível inferior a 10%, mas que as negociações não necessariamente irão ocorrer ainda neste ano.

Maluhy Filho afirmou ainda que a venda não representa um lote relevante de ações da XP e não deve ter um "grande impacto" para os preços das ações da empresa.

Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco
Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco - Flora Pimentel/Divulgação

Pressionados pelas declarações do Itaú e pelo mau humor que prevaleceu nesta segunda nas Bolsas globais, os papéis da XP fecharam em baixa de 5,81% na Bolsa americana Nasdaq, com uma queda acumulada de 34% no ano.

Já as ações do banco recuaram 1,43%, com ganhos próximos de 12% no ano.

​Resultados em linha com as estimativas

Segundo os analistas da Ativa, o resultado do Itaú veio "majoritariamente em linha com nossas estimativas", com destaques positivos para o crescimento da receita com serviço e com seguros e para os ganhos de eficiência operacional no trimestre.

"Por outro lado, houve expansão do custo de crédito e da inadimplência", apontam os analistas.

O time da Guide aponta que a deterioração do cenário macro teve forte impacto em números cruciais para a saúde financeira do banco, como índices de cobertura e inadimplência. "Apesar disso, o Itaú entregou mais um resultado sólido, com algumas perdas já esperadas pelo mercado", dizem os analistas da Guide.

Na mesma linha, Renan Manda, analista-chefe do setor financeiro da XP, classificou o resultado do Itaú como "ligeiramente positivo, em virtude do forte crescimento da carteira de crédito e da margem financeira."

RAIO-X | ITAÚ UNIBANCO

Fundação 2008, ano de fusão do Banco Itaú e do Unibanco
Lucro líquido no 1º trimestre de 2022 R$ 7,36 bilhões
Agências 4.215
Funcionários 100.553
Principais concorrentes Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal

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