Reações à troca na Petrobras, prévia da inflação de maio e o que importa no mercado

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A reação do mercado à troca na Petrobras

As ações da Petrobras tombaram 3,6% na Bolsa brasileira e 13,6% na americana nesta terça (24), dia seguinte a mais uma troca promovida pelo governo no comando da empresa.

Os papéis da estatal foram na contramão do Ibovespa, que fechou em leve alta de 0,21%.

Não deve mudar: apesar da troca, analistas e gestores ouvidos pela Folha acreditam que o estatuto da Petrobras e a Lei das Estatais irão barrar qualquer tentativa do governo de mexer na política de preços da petroleira.

  • A opinião é que a sequência de dança das cadeiras atrapalha a empresa, mas os efeitos práticos das trocas realizadas até agora foram quase nulos.
  • Eles afirmam que um intervalo maior entre os reajustes já estava no radar e pode ficar mais claro a partir de agora.

Defasagem: a diferença entre o custo para importar combustíveis ao Brasil e os preços praticados pela Petrobras já esteve bem maior, mas diminuiu com a queda do dólar nos últimos dias. Hoje ela esta em média de R$ 0,10 por litro para a gasolina.

Governo aventa travas: o Planalto também estuda duas medidas que seriam, na prática, uma maneira de interferir na política de preços da Petrobras:

  • Estabelecer faixas para o preço internacional do petróleo –e, caso o preço do barril varie dentro dos valores delimitados, a empresa não poderia fazer reajustes.
  • Criar um intervalo mínimo de cem dias para os reajustes –o que teria evitado parte dos últimos aumentos anunciados pela companhia.

Mais sobre a dança das cadeiras na Petrobras:


'Remédios' no negócio ​Carrefour-Big

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) deve autorizar a venda do Big para o grupo Carrefour, mas impor a venda de parte das 388 lojas envolvidas no negócio.

O número e os locais dessas lojas são mantidos em sigilo. O julgamento da autoridade antitruste acontece nesta quarta (25).

Quem é quem:

  • Big: foi o sexto maior do país em faturamento no ano passado, com R$ 25,2 bilhões. Tem seis marcas: Maxxi, Sam’s Club, Big, Super Bompreço, Nacional e TodoDia.
Fachada do Big do Pacaembu, em São Paulo
Fachada do Big do Pacaembu, em São Paulo - Rubens Cavallari - 23.out.2019/Folhapress

Relembre: a compra foi anunciada em março do ano passado, por R$ 7,5 bilhões.

  • Além da aquisição de lojas, a operação também marca a expansão geográfica do grupo Carrefour, que tem maior presença na região Sudeste, enquanto as lojas do Big estão primordialmente no Sul e no Nordeste.
  • O negócio acontece em um momento de rápida expansão do atacarejo, cujo principal rival do Carrefour é o Assaí, que pertence ao também francês Casino.

Fim da cobrança por mala vai à sanção

O texto que proíbe a cobrança para despachar bagagens em voos nacionais e internacionais segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL) após ser aprovada pela Câmara nesta terça.

Entenda: o dispositivo da MP prevê o fim da cobrança para despacho de malas até 23 quilos em voos nacionais e de até 30 quilos em voos internacionais. A medida está em vigor desde 2016 por uma resolução da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Ação de fiscalização de malas de mão fora do padrão no aeroporto de Congonhas
Ação de fiscalização de malas de mão fora do padrão no aeroporto de Congonhas - Jardiel Carvalho - 13.mai.2019/Folhapress

Governo articula veto: a coluna Painel mostrou que o Ministério da Infraestrutura articula com a Casa Civil o veto do presidente a esse trecho da MP.

  • Eles ainda afirmam que a entrada de companhias "low cost" que aumentaria a concorrência, está condicionada à cobrança pelo despacho de bagagens.

Relembre: o Congresso já havia aprovado em 2019 o fim da cobrança para despacho de malas de até 23 quilos em aeronaves de até 31 assentos, mas a medida foi vetada por Bolsonaro.

A MP: o texto libera a construção de aeródromos sem autorização prévia e autoriza as empresas a barrarem por até um ano os passageiros indisciplinados.

  • A medida também simplifica a autorização para funcionamento de empresas estrangeiras e com a exigência de CNPJ e filial em território brasileiro.

Prévia da inflação desacelera, mas ainda preocupa

O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, desacelerou para uma alta de 0,59% em maio, ante um avanço de 1,73% em abril, segundo o IBGE.

Em números: o resultado veio um pouco acima do esperado pelos analistas, que estimavam alta de 0,45%. O acumulado de 12 meses ficou em 12,20%, a maior taxa para o índice desde novembro de 2003.

O que puxou para cima: o maior impacto veio dos produtos farmacêuticos, com aumento de 5,24% nos preços diante do reajuste autorizado pelo governo em abril.

  • Outro destaque foi o grupo de transportes (1,80%). Pesaram os preços das passagens aéreas (18,4%) e o avanço de 2,05% dos combustíveis, que desaceleraram em relação aos 7,54% do mês anterior.

O que puxou para baixo: pela forma como é medido, esse foi o primeiro IPCA-15 a pegar em cheio o alívio nas contas de luz com o fim da bandeira "escassez hídrica".

  • A energia elétrica registrou queda de 14,09%, levando o grupo Habitação a uma deflação de 3,85% no mês.

O que dizem os analistas: apesar de a inflação parecer ter atingido seu pico em abril, isso não significa que o consumidor sentirá um alívio no bolso tão cedo.

  • O espelhamento da inflação pela cesta de itens, medido pelo índice de difusão, segue como motivo de preocupação, porque torna a alta de preços mais persistente e difícil de combater.

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