5G 'impuro' perde para 4G, consumo de cerveja sem álcool cresce e o que importa no mercado

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5G "impuro" perde para 4G

Apesar de seu ícone já aparecer em telas de modelos de celulares vendidos no Brasil, o 5G disponível hoje no país é caracterizado como "impuro" e fica bem atrás da conexão 4G em testes feitos pela Folha.

Entenda: a conexão de quinta geração, que promete revolucionar setores importantes do país, da indústria à medicina, ainda não começou para valer no país.

Por enquanto, o que há é uma tecnologia que opera na mesma faixa de frequência do 4G (2,3 GHz). O 5G "puro", que usará a faixa 3,5 GHz, teve prazo de ativação adiado por falta de equipamentos.

Em números: nos testes feitos pela Folha na Avenida Paulista, as médias de velocidade de download, upload e latência do 5G "impuro" da Claro foram de 4,7 Mbps, 0,2 Mbps e 113,6 milissegundos.

  • Para a Vivo, os resultados foram 36,4 Mbps, 18,6 Mbps e 43 ms.
  • No mesmo teste com o 4G, a Claro teve desempenho médio de 10,7 Mbps, 12,7 Mbps e 83,3 ms, e a Vivo, 120,9 Mbps, 38,5 Mbps e 19,7 ms.
  • Segundo o índice global do Speedtest para o primeiro trimestre de 2022, a mediana de velocidade do 5G da Claro no Brasil é de 72,3 Mbps, seguida pela Tim, de 62,8 Mbps, e pela Vivo, de 62,3 Mbps.

Atraso: a Anatel adiou de 30 de junho para 29 de agosto o prazo para ativação da faixa de 3,5 GHz do 5G nas capitais estaduais.

As operadoras devem cumprir suas primeiras obrigações –como a ativação de antenas na proporção de 1 para cada 100 mil habitantes nas 26 capitais e no Distrito Federal– até 29 de setembro. Antes, esse prazo era 31 de julho.

XP cancela pesquisa após pressão

A XP cancelou a divulgação de pesquisa do Instituto Ipespe que tinha periodicidade semanal e vinha apontando o ex-presidente Lula (PT) na frente de Jair Bolsonaro (PL) na corrida eleitoral, informa a coluna Mônica Bergamo.

A sondagem chegou a ser registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e seria divulgada na sexta (10), mas teve o registro retirado do site por determinação da corretora.

Vaivém: não é a primeira vez que a XP faz alterações relacionadas à pesquisa Ipespe. A corretora já havia transferido o contrato para o Infomoney, outra empresa do grupo, menos visada.

  • Em maio, a pesquisa presidencial, antes feita de forma quinzenal, passou a ser semanal. Agora, ela será divulgada com periodicidade mensal.

Pressão: ainda de acordo com a coluna, clientes e sócios da XP aumentaram a pressão sobre a instituição depois da pesquisa divulgada na semana passada.

  • Além de mostrar Lula à frente de Bolsonaro –tendência observada em outras pesquisas–, o levantamento indicou que 35% dos eleitores consideram que a honestidade é um atributo do ex-presidente, contra 30% que dizem o mesmo sobre o atual mandatário.
  • Houve casos de clientes, em especial os ligados ao agronegócio, que fecharam as contas e retiraram investimentos da corretora, segundo apurou a coluna.

Outro lado: a XP afirmou que contrata outros institutos de pesquisa e que seguirá divulgando dados de forma mensal, para oferecer uma "ferramenta ainda mais ampla para que os investidores compreendam o cenário eleitoral e seus impactos no mercado".


Cerveja zero e drinks prontos viram tendência

Os brasileiros estão consumindo cada vez mais bebidas com menor teor alcoólico, tendência também observada nas cervejas sem álcool. De olho nesse movimento, as grandes cervejarias que atuam no país diversificam seus portfólios.

Em números: o consumo de cerveja sem álcool cresceu 43% em 2021, segundo a consultoria Euromonitor, que projeta nova alta de 37% neste ano.

  • Os chamados RDT’s (drinques ou bebidas que são vendidos prontos para o consumo) tiveram expansão de 12%, impulsionados pela demanda por produtos de baixo teor alcoólico.

Cervejarias ampliam cardápio: a Folha mostrou no ano passado como a mudança do consumo do brasileiro incentivou a Ambev o criar a divisão "Future Beverages and Beyond Beer" (bebidas do futuro e além da cerveja).

  • Algumas marcas desse braço são a bebida mista Beats e a Mike’s, uma "hard seltzer" – tipo de água com gás alcoólica e saborizada que vem se popularizando.

Outros números: em um reflexo do alívio nas restrições geradas pela pandemia, as vendas de vinho, que tinham disparado 21% em 2020, caíram 2,3% no ano passado. Já os espumantes, champanhes e vinho rosé viram a demanda crescer 22% em 2021.


Oferta da Eletrobras deve ter rateio

Os trabalhadores que investiram na Eletrobras com o FGTS não devem ter todo o valor reservado transformado em ações da empresa de energia elétrica.

Entenda: a Eletrobras tinha estabelecido um limite de R$ 6 bilhões para esse tipo de investimento, mas agentes do mercado ouvidos pela Folha apontam que a demanda foi acima desse valor.

  • Caso isso se confirme, haverá rateio proporcional das ações entre os investidores, considerando o pedido de reserva de cada um deles. Os valores depositados em excesso serão devolvidos ao FGTS.
  • O preço de cada ação comprada e o percentual de rateio serão divulgados nesta quinta (9).

Em números: a oferta de desestatização prevê movimentar até R$ 35 bilhões, considerando o lote adicional. Segundo operadores ouvidos pela Folha, a demanda total de investidores superou de três a quatro vezes o tamanho da oferta e pode ter chegado a até R$ 51 bilhões.

  • Os investidores âncora, que garantem uma demanda para a oferta, asseguraram um volume de cerca de R$ 13,5 bilhões. Alguns desses pesos pesados são o GIC, o fundo soberano de Singapura, e o CPPIB, fundo de pensão canadense.
  • Somando os R$ 3 bilhões estimados na reserva pelos investidores que compraram direto pelo banco ou corretora e os R$ 5 bilhões de quem tem prioridade na oferta, estariam garantidos cerca de R$ 27,5 bilhões.

Confiantes: analistas de mercado estimam que, finalizado o processo de privatização, os papéis da Eletrobras na Bolsa podem se valorizar até 85% nos próximos meses. Esse número foi citado em relatório da casa de análise Eleven Financial Research.

  • O argumento citado é que a maior empresa de energia da América Latina conseguirá cortar custos e operar de maneira mais eficiente. Os papéis já se valorizaram cerca de 30% no ano.

Mais sobre a oferta da Eletrobras:


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