O preço das ações da Revlon, gigante de cosméticos presente em mais de 150 países, caiu pela metade na última sexta-feira (10) após começarem a circular notícias de que a empresa pode declarar falência.
A marca é controlada pela empresa MacAndrews & Forbes, do bilionário Ronald Perelman.
Na quinta-feira (9), a ação da Revlon, que acumula queda de mais de 80% nos últimos seis meses, valia US$ 4,34 (R$ 21,62). Na sexta, caiu 52,76%, para US$ 2,05 (R$ 10,21).
Segundo fonte ouvida pelo Wall Street Journal, influenciaram na decisão dívidas e alta concorrência no setor, além de inflação e falta de suprimentos mais recentemente.
As vendas aumentaram 7,8% no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021, segundo o último balanço da empresa. O resultado, decorrente da gradual recuperação das economia após a Covid-19, não foi suficiente.
O prejuízo líquido no começo deste ano somou US$ 67 milhões (R$ 333,8 milhões), e a empresa tem uma dívida de US$ 3,3 bilhões (R$ 16,4 bilhões) com vencimentos em 2024 e 2025.
A companhia ainda enfrenta um percalço na justiça após o Citibank pagar uma dívida por engano, segundo alega. O banco diz que transferiu integralmente a um dos credores da Revlon um empréstimo de US$ 866 milhões (R$ 4,3 bilhões), quando a intenção era pagar apenas parte da quantia.
O Citibank entrou na justiça para reaver o dinheiro, mas o pedido foi negado por um juíz federal dos Estados Unidos no ano passado. A decisão ainda pode ser revista.
Em 2020, a marca acabou conseguindo o apoio de investidores para evitar um pedido de falência. Os acionistas concordaram em trocar cerca de 70% da dívida de US$ 343 milhões que venceria em 2021.
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