Descrição de chapéu Folhainvest petrobras

Analistas mantêm visão positiva sobre ações da Petrobras

Papéis da estatal fecharam o pregão em alta nesta segunda, apesar de renúncia de executivo

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São Paulo

A renúncia do presidente da Petrobras nesta segunda-feira (20) trouxe forte volatilidade para as ações da companhia na Bolsa. Os papéis chegaram a ter a negociação suspensa, operaram em queda durante a manhã, mas reverteram a tendência e passaram a subir ao longo da tarde. No final da sessão, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) subiram 0,87%, a R$ 30,19. Os papéis preferenciais (PETR4) avançaram 1,14%, cotados em R$ 27,62.

Analistas de mercado avaliam que a volatilidade das ações da estatal ainda deve seguir alta, ao menos até as eleições no final do ano. No entanto, eles dizem também que os preços dos papéis na Bolsa seguem atrativos para o investidor que tem estômago para suportar as altas e baixas das ações, e visão de longo prazo.

Logo da Petrobras em tanques de combustíveis na refinaria de Paulínia (SP)
Logo da Petrobras em tanques de combustíveis na refinaria de Paulínia (SP) - Paulo Whitaker - 1.jul.2017/Reuters

Segundo Waldir Morgado, sócio da gestora Nexgen Capital, a despeito dos ruídos de curto prazo, a avaliação é de que os preços das ações da companhia ainda seguem "bastante atrativos", especialmente considerando os resultados trimestrais robustos que a empresa tem apresentado.

Ele acrescenta que, no curto prazo, a tendência é que a volatilidade siga impactando os papéis da petrolífera na Bolsa, principalmente caso o preço do petróleo volte a subir e o real se desvalorize frente ao dólar.

Morgado calcula que a defasagem do preço da gasolina praticada no mercado local está hoje por volta de 5%, chegando perto de 14% no caso do diesel.

"De toda forma, a Petrobras tem feito uma distribuição muito boa de dividendos, com um dividend yield [proporção dos dividendos distribuídos em relação ao preço da ação] em torno de 20%", diz o sócio da Nexgen Capital.

Nesta segunda, a estatal fez o pagamento da primeira parcela dos dividendos referentes aos resultados do primeiro trimestre, no valor de R$ 24,2 bilhões. "Podemos ver novos ruídos no curto prazo, mas enxergamos que, do ponto de vista de longo prazo, a Petrobras continua sendo uma boa ação para se ter na carteira", avalia Morgado.

Analista da Senso Investimentos, João Frota Salles diz que a renúncia presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, já deveria ter sido feita até há mais tempo, em prol do mercado e da Petrobras, de modo a minimizar os embates políticos em torno da companhia.

De toda forma, a saída do executivo, amplamente esperada pelo mercado, tende a amortecer os ânimos do debate, diz Salles.

"O problema maior eram as ameaças de CPIs, imposto sobre exportação ou taxações extras, que parecem ficar mais distantes agora", acrescenta o analista, que ressalta que o novo capítulo envolvendo a petrolífera deixa evidente que o governo saiu vitorioso nesse round, juntamente com os aliados do centrão.

Salles diz também que trabalha com um cenário base no qual a política de preços de combustíveis da Petrobras permanecerá intacta e protegida pelo estatuto. "As ações da Petrobras reagiram bem hoje e estão bem atrativas, sobretudo se comparar com os pares internacionais", diz o analista da Senso.

Na mesma linha, Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, vê que os papéis da companhia estão bastante descontados na comparação com os pares de mercado.

Arbetman diz que a Petrobras vem convivendo com a insatisfação do acionista majoritário com relação aos preços de derivados no país há bastante tempo, o que inclusive culminou na saída dos presidentes anteriores —Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna e agora de José Mauro Coelho.

O analista da Ativa diz ainda que os preços de petróleo devem seguir altos durante os próximos meses, e que a Lei das Estatais tende a impedir uma mudança em maior grau na gestão da empresa.

"Por conta do viés político, espera-se maior volatilidade no papel, mas, para quem compra para carregar, vemos oportunidade em Petrobras. Sobretudo com esse nível de dividendos que a empresa deve distribuir este ano", diz Arbetman.

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