Após falar em corte de 10%, Musk diz agora que número de funcionários da Tesla vai crescer

Em tuíte, bilionário afirma também que salários devem permanecer estáveis

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São Paulo | Reuters

Um dia após afirmar a possibilidade de demissão de 10% dos funcionários da Tesla em um email, Elon Musk disse neste sábado (4) que o número de empregados irá crescer nos próximos 12 meses, mas os salários devem ficar estáveis para quem já trabalha na empresa.

O bilionário respondeu a um comentário de um usuário do Twitter que o questionou sobre o futuro dos funcionários da montadora de carros elétricos. "O número total de funcionários aumentará, mas os salários devem ficar estáveis", disse Musk.

Na sexta-feira (3), em um email para executivos visto pela agência Reuters, Elon Musk afirmou que tinha um "péssimo pressentimento" sobre a economia e que precisava cortar cerca de 10% dos empregos na companhia.

A mensagem, enviada na quinta-feira (2) e intitulada "Parem todas as contratações em todo o mundo", veio dois dias depois que o bilionário disse aos funcionários para voltarem ao local de trabalho ou se demitirem, e ocorre em um momento de um crescente coro de alertas de líderes empresariais sobre os riscos de recessão.

Quase 100 mil pessoas estavam empregadas na Tesla e suas subsidiárias no final de 2021, conforme seu relatório anual à SEC (a comissão de valores mobiliários americana).

A empresa não atendeu a pedidos de comentário enviados pela Reuters.

Elon Musk, CEO da Tesla, participa de cerimônia de abertura de fábrica em Xangai, China - Aly Song - 7.jan.2019/Reuters

As ações da Tesla nos Estados Unidos registraram queda de 9,23% nesta sexta-feira (3), a US$ 703,25 (R$ 3.372,08), e os papéis listados em Frankfurt baixaram 9,35%, cotados a 660,60 euros (R$ 3.392,18).

Musk alertou nas últimas semanas sobre os riscos de recessão, mas seu email ordenando o congelamento das contratações e cortes de pessoal foi a mensagem mais direta e relevante de um chefe de montadora.

Até agora, a demanda por carros da Tesla e outros veículos elétricos permaneceu forte, e muitos indicadores tradicionais de desaceleração –incluindo o aumento de estoques e incentivos a revendedores nos Estados Unidos– não se materializaram.

Mas a Tesla tem lutado para retomar a produção em sua fábrica de Xangai depois que os bloqueios da Covid-19 causaram suspensões dispendiosas.

"O mau sentimento de Musk é compartilhado por muitas pessoas", disse Carsten Brzeski, chefe global de pesquisa macroeconômica no banco holandês ING. "Mas não estamos falando de recessão global. Esperamos um esfriamento da economia global no final do ano. Os EUA vão esfriar, enquanto a China e a Europa não vão se recuperar."

A perspectiva sombria de Musk ecoa comentários recentes de executivos, incluindo o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, e o presidente do Goldman Sachs, John Waldron.

"Há um furacão logo ali na estrada, vindo em nossa direção", disse Dimon nesta semana.

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