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Cebola é o que mais 'faz chorar' no IPCA de maio; veja principais altas

Alimento teve inflação de 21,36%, mostra IPCA

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Rio de Janeiro

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), subiu 0,47% em maio, informou nesta quinta-feira (9) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre os 377 produtos e serviços que compõem o índice, a maior alta mensal foi a da cebola: 21,36%.

Conforme o IBGE, o avanço em maio está associado a uma oferta menor do alimento com o fim da safra na região Sul, principalmente em Santa Catarina.

"Teve restrição de oferta. Houve fim da safra no Sul e mudança da produção para outras regiões", disse Pedro Kislanov, gerente do IPCA.

Alimentos são vendidos em feira livre no Rio de Janeiro; cebola subiu mais de 20% em maio - Eduardo Anizelli - 19 abr.2022/Folhapress

As passagens aéreas registraram a segunda maior alta de preços em maio. O avanço chegou a 18,33%.

De acordo com Kislanov, a carestia do combustível de aviação ajuda a explicar a inflação das passagens.

Além disso, a derrubada de restrições a atividades estimulou o setor de turismo após restrições na pandemia. Com a demanda mais aquecida por viagens, os valores das passagens foram pressionados para cima.

O terceiro maior avanço dos preços veio do gás veicular, que subiu 14,88%. A seguir, veja as dez maiores altas em maio.

Maiores altas, em %

Cebola 21,36
Passagens aéreas 18,33
Gás veicular 14,88
Banana-da-terra 14,27
Manga 13,62
Morango 13,24
Alimento infantil 8,72
Pepino 8,02
Flores naturais 7,88
Feijão carioca 7,31

Conforme a metodologia do IPCA, nem sempre os produtos e serviços com as variações de preços mais intensas representam as principais influências sobre o resultado.

Prova disso é que o índice de maio foi pressionado especialmente pelas passagens aéreas. O componente teve impacto de 0,08 ponto percentual no IPCA, o maior entre os subitens (produtos e serviços) pesquisados.

Ou seja, mesmo subindo menos do que a cebola, as passagens responderam pelo principal peso de toda o levantamento. Isso ocorre porque os bilhetes costumam absorver fatias maiores da cesta de consumo das famílias.

Cenoura e tomate têm maiores baixas

A cenoura, por outro lado, teve queda de 24,07% em maio, conforme o IPCA. Foi a maior baixa da pesquisa.

Já o tomate recuou 23,72%. Trata-se da segunda queda mais intensa.

As duas retrações vêm após disparada dos preços nos primeiros meses de 2022, o que elevou a base de comparação.

Seca no Sul e fortes chuvas no Sudeste e no Nordeste reduziram a oferta de diferentes frutas e legumes no começo do ano, o que pressionou os valores cobrados do consumidor final.

"Agora começamos o período de outono-inverno, que é mais seco e permite aumentar a oferta de alimentos e reduzir os preços", afirmou Kislanov.

Apesar da trégua em maio, a cenoura ainda acumula disparada de 116,37% em 12 meses. É a maior alta nessa base de comparação.

As passagens aéreas vêm na sequência, com aumento de 88,65% no acumulado.

A seguir, veja as dez maiores baixas no IPCA de maio.

Maiores baixas, em %

Cenoura -24,07
Tomate -23,72
Abobrinha -14,24
Couve-flor -10,07
Laranja baía -7,97
Mamão -7,97
Energia elétrica residencial -7,95
Melancia -7,69
Maracujá -6,81
Tangerina -6,77
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