A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), subiu 0,47% em maio, informou nesta quinta-feira (9) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Entre os 377 produtos e serviços que compõem o índice, a maior alta mensal foi a da cebola: 21,36%.
Conforme o IBGE, o avanço em maio está associado a uma oferta menor do alimento com o fim da safra na região Sul, principalmente em Santa Catarina.
"Teve restrição de oferta. Houve fim da safra no Sul e mudança da produção para outras regiões", disse Pedro Kislanov, gerente do IPCA.
As passagens aéreas registraram a segunda maior alta de preços em maio. O avanço chegou a 18,33%.
De acordo com Kislanov, a carestia do combustível de aviação ajuda a explicar a inflação das passagens.
Além disso, a derrubada de restrições a atividades estimulou o setor de turismo após restrições na pandemia. Com a demanda mais aquecida por viagens, os valores das passagens foram pressionados para cima.
O terceiro maior avanço dos preços veio do gás veicular, que subiu 14,88%. A seguir, veja as dez maiores altas em maio.
Maiores altas, em %
Cebola | 21,36 |
Passagens aéreas | 18,33 |
Gás veicular | 14,88 |
Banana-da-terra | 14,27 |
Manga | 13,62 |
Morango | 13,24 |
Alimento infantil | 8,72 |
Pepino | 8,02 |
Flores naturais | 7,88 |
Feijão carioca | 7,31 |
Conforme a metodologia do IPCA, nem sempre os produtos e serviços com as variações de preços mais intensas representam as principais influências sobre o resultado.
Prova disso é que o índice de maio foi pressionado especialmente pelas passagens aéreas. O componente teve impacto de 0,08 ponto percentual no IPCA, o maior entre os subitens (produtos e serviços) pesquisados.
Ou seja, mesmo subindo menos do que a cebola, as passagens responderam pelo principal peso de toda o levantamento. Isso ocorre porque os bilhetes costumam absorver fatias maiores da cesta de consumo das famílias.
Cenoura e tomate têm maiores baixas
A cenoura, por outro lado, teve queda de 24,07% em maio, conforme o IPCA. Foi a maior baixa da pesquisa.
Já o tomate recuou 23,72%. Trata-se da segunda queda mais intensa.
As duas retrações vêm após disparada dos preços nos primeiros meses de 2022, o que elevou a base de comparação.
Seca no Sul e fortes chuvas no Sudeste e no Nordeste reduziram a oferta de diferentes frutas e legumes no começo do ano, o que pressionou os valores cobrados do consumidor final.
"Agora começamos o período de outono-inverno, que é mais seco e permite aumentar a oferta de alimentos e reduzir os preços", afirmou Kislanov.
Apesar da trégua em maio, a cenoura ainda acumula disparada de 116,37% em 12 meses. É a maior alta nessa base de comparação.
As passagens aéreas vêm na sequência, com aumento de 88,65% no acumulado.
A seguir, veja as dez maiores baixas no IPCA de maio.
Maiores baixas, em %
Cenoura | -24,07 |
Tomate | -23,72 |
Abobrinha | -14,24 |
Couve-flor | -10,07 |
Laranja baía | -7,97 |
Mamão | -7,97 |
Energia elétrica residencial | -7,95 |
Melancia | -7,69 |
Maracujá | -6,81 |
Tangerina | -6,77 |
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