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Bolsa cai pela 4º semana e dólar tem maior cotação em 4 meses

Discussão para compensar a alta dos combustíveis alerta para risco fiscal

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São Paulo

Apoiada na alta dos mercados de ações do exterior, a Bolsa de Valores brasileira fechou em ligeira recuperação nesta sexta-feira (24). O ganho, porém, foi insuficiente para compensar a sequência de baixas dos últimos dias.

O Ibovespa subiu 0,60% nesta sessão, a 98.672 pontos. Mas o índice de referência da Bolsa caiu 1,15% no acumulado da semana, a quarta consecutiva no vermelho. Neste mês, o mergulho já chega a 11,19%. O resultado de 2022 está negativo em 5,87%.

O dólar teve um dia de valorização de 0,42%, cotado a R$ 5,2520. É o maior valor desde os R$ 5,26 registrados em 8 de fevereiro deste ano. A alta frente ao real neste pregão contrariou o que se costuma esperar de uma sessão que contou com fraqueza da moeda americana frente à maioria das divisas emergentes. Além disso, houve alta dos preços das principais commodities exportadas por empresas brasileiras.

Painel eletrônico da Bolsa de Valores, em São Paulo - Amanda Perobelli - 19.out.2021/Reuters

Decisões do Executivo e do Congresso para ampliar gastos com auxílios para compensar a alta dos combustíveis em ano eleitoral colocaram no radar do mercado mais preocupações quanto ao risco fiscal, ou seja, aumento de gastos públicos que eventualmente pode comprometer a execução do Orçamento.

"Estão tentando colocar a maior quantidade possível de 'bondades' nessa PEC [dos Combustíveis], medidas para tentar aumentar a popularidade do governo nos próximos meses antes das eleições", disse Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

No início da noite desta sexta, o preço de referência do barril do petróleo bruto era negociado com ganho de 2,37%, cotado US$ 112,66 (R$ 589,52), depois de ter caído 1,51% na véspera.

A queda de 0,76% da Petrobras foi o principal destaque negativo entre as empresas com maior peso na Bolsa. Já a Vale subiu 2,78%, acompanhando a valorização do minério de ferro. A Suzano saltou 4,87% devido a um aumento no preço da celulose.

Em Nova York, o índice de referência da Bolsa saltou 3,06%. A recuperação ainda ocorre sobre um patamar baixo. O S&P 500 acumula queda de 18% neste ano. Outros dois indicadores importantes para o mercado americano, Dow Jones e Nasdaq, subiram 2,68% e 3,34%.

"O dia foi de forte recuperação no exterior com o mercado comprando a tese de que os Estados Unidos estão no meio do caminho para vencer a inflação e, talvez, o Fed [Federal Reserve, o banco central americano], não precise voltar a subir os juros com tanta força", comentou Vitor Carettoni, diretor da mesa de renda variável da Lifetime Investimentos.

Na véspera, novas declarações do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) ao Congresso dos Estados Unidos preocuparam investidores quanto à aceleração da escalada dos juros no país e, consequentemente, para o risco do tombo que esse aperto ao crédito pode provocar na economia mundial.

Jerome Powell disse ao comitê de serviços financeiros da Câmara dos Deputados que o controle da inflação mais alta em 40 anos no país deve ser "incondicional".

A aversão ao risco provocou fortes quedas nos setores de commodities e, consequentemente, nas ações de países de economia emergente que dependem das exportações de matérias-primas.

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