Ministério Público do Trabalho notifica Caixa sobre acusações de assédio sexual

Banco e Pedro Guimarães devem se manifestar em até 10 dias; vice-presidente Celso Leonardo Barbosa também é citado

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Brasília

O MPT (Ministério Público do Trabalho) deu dez dias para que a Caixa Econômica Federal e o ex-presidente Pedro Guimarães deem informações sobre as acusações de assédio sexual.

A notificação enviada ao banco também pede explicações sobre a conduta do vice-presidente de atacado, Celso Leonardo Barbosa, considerado um dos principais aliados de Guimarães na instituição.

As notificações foram enviadas nesta quarta-feira (29) pelo procurador do trabalho Rafael Mondego Figueiredo. O prazo é de dez dias corridos.

Pedro Guimarães, presidente da Caixa, em evento no Palácio do Planalto - Antonio Molina - 12.jan.2022/Folhapress

O Ministério Público do Trabalho cobra a manifestação da Caixa "sobre a denúncia de que o sr. Pedro Guimarães praticaria assédio sexual contra funcionárias" e sabia da prática desde 2019, "mas teria acobertado os fatos".

O MPT pede ainda a relação de eventuais acusações feitas contra o ex-presidente e o desfecho de cada uma delas, além dos casos de assédio sexual recebidos internamente contra qualquer funcionário desde 2019 —ano em que ele assumiu o cargo.

Pedro Guimarães também foi pessoalmente notificado e tem dez dias para se manifestar. Ele pediu demissão da presidência da Caixa nesta quarta e anunciou a saída em uma carta aberta publicada nas redes sociais.


O procurador do trabalho também pede uma posição do banco sobre o vice-presidente Celso Leonardo Barbosa e eventuais denúncias apresentadas internamente contra ele.

"Apresentar manifestação sobre a denúncia de que o sr. Celso Leonardo Barbosa causaria 'temor' às mulheres que trabalham no banco, levando a crer que as denúncias de assédio também se estenderiam ao referido gestor", diz trecho da notificação.

Sindicalistas afirmaram à reportagem nesta quarta que há relatos de assédio sexual não só contra Pedro Guimarães, mas também contra vice-presidentes da instituição financeira.

Na carta, Guimarães nega as acusações, diz ser alvo de "rancor político em um ano eleitoral" e de uma avalanche de "notícias e informações equivocadas".


"Na atuação como presidente da Caixa, sempre me empenhei no combate a toda forma de assédio, repelindo toda e qualquer forma de violência, em quaisquer de suas possíveis configurações."

No lugar de Guimarães, entra Daniella Marques, atual secretária de Produtividade e Competitividade da Economia. A troca foi oficializada no Diário Oficial da União no início da noite desta quarta.

A acusação de assédio contra Pedro Guimarães está sendo apurada pela Procuradoria da República no Distrito Federal. O caso foi revelado pelo site Metrópoles nesta terça (28).

A presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), ministra Ana Arraes, determinou a abertura de uma fiscalização para verificar toda a política de prevenção e combate ao assédio sexual no banco.

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