Petrobras na mira de CVM e Congresso, crédito para casa própria fica mais caro e o que importa no mercado

Leia a edição da newsletter FolhaMercado desta terça-feira (21)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta terça-feira (21). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:


Montanha-russa nas ações da Petrobras

As ações da Petrobras passaram por um movimento de montanha-russa nesta segunda (20), com o anúncio de renúncia do presidente da estatal seguido pelo comunicado de que Fernando Borges assume a cadeira de forma interina.

Enquanto isso, o mercado ficou atento às implicações práticas das retaliações prometidas por membros do Planalto e do Centrão no fim de semana. Para analistas, essa volatilidade deve continuar, mas a empresa segue atrativa para quem investe para o longo prazo.

Em números: no fim das contas, as ações ordinárias da estatal terminaram em alta de 0,87%, a R$ 30,19. No começo do pregão, as negociações foram paralisadas pelos dois comunicados e as ações chegaram a cair 4%. O Ibovespa oscilou 0,03%, a 99.852 pontos, e o dólar subiu 0,81%, a R$ 5,19.

Reações à renúncia de José Mauro Coelho da chefia da Petrobras:

  • Troca agilizada: com um cargo de conselheiro e presidente vago, o governo e outros conselheiros da companhia avaliam que Caio Paes de Andrade, indicado pelo Planalto para assumir o posto, poderá fazê-lo ainda nesta semana, sem precisar esperar pela assembleia de acionistas.

Vaca leiteira: em meio a toda essa confusão, a estatal pagou nesta segunda a primeira parcela dos R$ 48,5 bilhões em dividendos aos seus acionistas, que receberam R$ 1,857745 por papel. A União ficou com cerca de R$ 7 bilhões.

Mais sobre a troca no comando da Petrobras


Financiar a casa própria ficou mais caro

Uma prova de como as oscilações da Selic promovidas pelo Banco Central afetam outras taxas importantes para o brasileiro está no financiamento imobiliário, cujo valor ficou cerca de 20% mais caro desde que o país deixou o patamar de juros a 2% ao ano.


Em números: o financiamento de um imóvel de R$ 650 mil hoje está custando mais de R$ 1,5 milhão, enquanto a renda média exigida para dar entrada em um apartamento de R$ 450 mil passou de R$ 13 mil, no ano passado, para R$ 16 mil.

  • As simulações são feitas pela Anefac (Associação Nacional de Executivos), que ressalta que a alta mais recente da Selic só deve chegar aos financiamentos cobrados pelos bancos no segundo semestre.

O que fazer? Para quem vinha se planejando em financiar um imóvel com base nas taxas antigas, a recomendação é refazer as contas para não correr o risco de ficar inadimplente.

Mais sobre efeitos dos juros e consumo:


A derrocada da Revlon

A americana Revlon, uma das marcas mais relevantes do setor mundial de cosméticos até os anos 1990, pediu na última quinta (16) nos EUA o equivalente ao que seria uma recuperação judicial aqui no Brasil.

O objetivo é conseguir um fôlego com os credores para evitar a falência.

Quem é a Revlon: fundada em 1932, começou a vender esmaltes de unhas pouco tempo depois e, em meados da década de 1950, já havia se tornado uma marca internacional.

  • Apesar de hoje estar presente em mais de 150 países, não figura mais entre as maiores marcas de cosméticos do mundo, ocupando o 22º lugar.
Produtos da Revlon
Produtos da Revlon - Hannah McKay /Reuters

Como a Revlon chegou à beira da falência:

  • Perda de mercado: sem captar muito bem a mudança de gosto do consumidor, a marca foi ficando para trás e viu suas rivais e grifes de famosas ganharem fatia de mercado.
  • Gargalos de fornecimento: a marca não foi a única a sentir o baque dos nós logísticos gerados pela pandemia, mas foi mais afetada porque estava em pior situação financeira para competir pelos insumos.
  • Queda no faturamento: as vendas da Revlon recuaram 21% em 2020 e em 2021 não conseguiram recuperar as perdas.

Em números: no final de março, a dívida de longo prazo da Revlon era de US$ 3,3 bilhões (R$ 17 bilhões)

  • No dia 10 de junho, quando os rumores sobre uma possível falência vieram à tona, as ações da empresa caíram pela metade. Desde então, porém, elas se recuperaram e recuam 15% em relação ao patamar de 9 de junho.

Produtor sofre com alta dos custos

Os registros de importações e exportações do agro brasileiro deste ano expõem os impactos da Guerra na Ucrânia e de outros gargalos para a alta de custos dos produtores nacionais.

Mesmo com os preços de algumas commodities em patamar recorde, o que tende a favorecer o Brasil, as importações voltadas para a agropecuária somaram 30% das receitas obtidas com as exportações de janeiro a maio. No mesmo período do ano passado, essa relação era de 24%.

O que explica: o setor nacional é importador de produtos com maior valor agregado, como agroquímicos, fertilizantes e máquinas agrícolas, destaca o colunista Mauro Zafalon.

  • Enquanto os preços dos dois primeiros já vinham pressionados e dispararam com a guerra –que diminuiu a oferta desses itens–, o último ainda sente o baque da falta de peças e alta do frete causado pelos impactos da pandemia.

Mais números: os gastos com adubo atingiram US$ 9,6 bilhões de janeiro a maio, 178% acima de igual período do ano passado. As importações dos agrotóxicos atingiram US$ 1,74 bilhão no período, com alta de 94%.

  • As exportações totais do agronegócio nesse intervalo somam US$ 63,98 bilhões, com avanço de 29% em relação a 2021, mas as importações dispararam 63%, para US$ 19,5 bilhões na mesma base de comparação.
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.