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SpaceX avisa funcionários que demitiu os envolvidos na carta que criticou Elon Musk

Presidente da SpaceX afirmou que a carta fez outros colaboradores "se sentirem desconfortáveis, intimidados e ameaçados"

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Ryan Mac
Los Angeles | The New York Times

A empresa privada de foguetes SpaceX demitiu na quinta-feira (16) funcionários que ajudaram a escrever e distribuir uma carta aberta criticando o comportamento de seu executivo-chefe, Elon Musk, disseram três funcionários com conhecimento da situação.

Alguns empregados da companhia começaram a distribuir a carta denunciando a atividade de Musk no Twitter na quarta (15). A carta chamava o comportamento público e os tuítes do bilionário de "uma fonte frequente de distração e constrangimento" e pedia que a empresa o controlasse. Musk está atualmente fechando um acordo para comprar o Twitter por US$ 44 bilhões.

Na tarde de quinta, a SpaceX havia demitido alguns dos organizadores da carta, segundo os três funcionários, citando um e-mail de Gwynne Shotwell, presidente e diretora de operações da empresa. Na mensagem, que foi obtida pelo The New York Times, ela disse que a empresa investigou e "demitiu vários funcionários envolvidos" com a carta.

Homem branco de smoking
Controlador da Space X e da Tesla, Elon Musk chega ao baile Met Gala 2022, no Museu Metropolitano de Arte de Nova York. - Angela Weiss / AFP

"A carta, as solicitações e o processo geral fizeram os funcionários se sentirem desconfortáveis, intimidados e ameaçados e/ou irritados porque a carta os pressionava a assinar algo que não refletia seus pontos de vista", escreveu Shotwell. "Temos muito trabalho crítico a realizar, e não há necessidade desse tipo de ativismo exagerado."

Não ficou claro quantos funcionários foram demitidos. James Gleeson, porta-voz da SpaceX, não retornou imediatamente um pedido de comentário.

A carta aberta se seguiu a acusações recém-divulgadas de má conduta sexual contra Musk, em meio à sua polêmica aquisição da rede social Twitter. Na quinta-feira, Musk dirigiu-se aos funcionários do Twitter pela primeira vez desde sua proposta de aquisição, por meio de uma videochamada, para responder a perguntas.

Em maio, o Insider informou que uma comissária de bordo disse que Musk lhe propôs uma massagem sexual durante um voo para Londres em 2016. A comissária disse que ele também se expôs a ela e lhe ofereceu um cavalo, segundo o artigo, cujos detalhes não foram verificados independentemente por The New York Times.

Musk chamou as acusações de "totalmente falsas" e brincou sobre cavalos e sua genitália no Twitter. No mês passado, Shotwell disse em um e-mail aos funcionários da SpaceX que "pessoalmente" acreditava que as denúncias de assédio sexual contra Musk fossem falsas.

Musk, que já foi processado por um órgão regulador do governo e por particulares por seus tuítes, fundou a SpaceX em 2002. Shotwell ingressou no mesmo ano. Musk também é executivo-chefe da montadora de carros elétricos Tesla.

Na SpaceX, Musk raramente é contestado pelos funcionários, disseram os três, que falaram sob condição de anonimato. No início deste mês, ele notificou os empregados da empresa por e-mail de que deveriam passar pelo menos 40 horas por semana no escritório ou seriam demitidos.

A carta aberta sobre a atividade online de Musk pedia que os líderes da SpaceX "condenassem publicamente o comportamento danoso de Elon no Twitter" e "definissem e respondessem uniformemente a todos os tipos de comportamento inaceitável."

Em seu e-mail à equipe, Shotwell escreveu: "Cobrir milhares de pessoas em toda a empresa com repetidos e-mails não solicitados e pedir que assinem cartas e preencham pesquisas não patrocinadas durante o dia de trabalho não é aceitável."

"Por favor, mantenham-se focados na missão da SpaceX e usem seu tempo para fazer seu melhor trabalho", continuou ela. "É assim que chegaremos a Marte."

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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