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Startup da Semana: Incognia
O quadro "Startup da Semana" traz todas as segundas o raio-x de uma startup que recebeu aporte recentemente.
A startup: fundada em 2014, no Recife (PE), começou voltada à publicidade, mas no início do ano passado mudou seu foco para segurança digital, em especial a prevenção de fraudes no acesso de apps.
Que problema resolve: a startup usa inteligência artificial (como padrões de comportamento) e geolocalização para certificar se o acesso ou o pagamento em um app está sendo feito pelo próprio usuário e não por fraudadores.
- O cofundador e CEO da Incognia, André Ferraz, disse em entrevista ao site NeoFeed que a taxa de erro da empresa é de um em 17 milhões.
Em números: a Incognia anunciou na última semana uma captação série A de US$ 15,5 milhões (R$ 74 milhões, entenda aqui as rodadas de investimento em startups). Após o aporte, ela foi avaliada em US$ 115 milhões (R$ 551 milhões).
Os investidores: o aporte foi liderado pela Point72 Ventures, que também investe na Contabilizei.
Por que é destaque: a startup está inserida em uma tendência global de eliminar as senhas, consideradas um dos alvos preferidos dos hackers.
- O aporte também vem em um momento de disparada dos roubos de celular com o objetivo de invadir e limpar as contas bancárias das vítimas.
- Uma das ferramentas da Incognia gera um alerta quando um chip é inseirdo em um aparelho diferente, prática bastante adotada pelos criminosos nesses casos.
Histórico de aportes: essa foi a primeira captação anunciada depois que a empresa mudou seu foco de atuação.
Mais números: a startup afirma estar presente em aparelhos de mais de 200 milhões de usuários por todo o mundo.
Principais clientes: instituições financeiras, apps de delivery e empresas de ecommerce.
A semana em resumo
Foram 20 rodadas de captação feitas na América Latina, com US$ 74 milhões (R$ 355 milhões) em investimentos. O Brasil foi o destaque, com 16 rodadas e US$ 67 milhões (R$ 321 milhões) captados.
Os dados são fornecidos pela plataforma Sling Hub.
Brasil perde boom de commodities
O Brasil não tem conseguido aproveitar a atual disparada de preços das commodities como fez no último boom dos materiais básicos –do início dos anos 2000 até meados da década passada. A principal diferença está nos termos de troca.
Entenda: é assim que é chamada a relação entre os preços das exportações de um país e das importações que realiza. Quando há melhora nos termos de troca, ocorre um aumento da renda real do país. Isso permite a importação de mais produtos com o mesmo valor de suas exportações.
O que explica? Diversas diferenças marcam o contexto do período atual ao do último boom de commodities:
- Hoje existe uma inflação global de insumos gerada na pandemia e reforçada pela guerra. A carestia aumenta o custo de importações como combustíveis, fertilizantes e máquinas e equipamentos.
- Muitos países estão aumentando os juros para tentar esfriar a inflação, o que impactará na atividade econômica. A China, maior parceira comercial do Brasil, deve crescer bem menos neste ano que na primeira década do século.
- Com as contas mais ajustadas, o real era mais forte na época e ajudou o país a importar mais, inclusive máquinas e equipamentos para aumentar a produção e a produtividade da economia.
Por que importa: a economia como um todo sente o baque da queda dos termos de troca.
- No boom anterior, houve aceleração do crescimento econômico e queda do dólar. Esse combo ajudou a manter a inflação relativamente sob controle, aumentou a renda nacional e derrubou a taxa de pobreza extrema —de 27,5% da população em 2001 para 8,4% em 2014.
Reserva de ações da Eletrobras vai até quarta
O prazo para os investidores reservarem ações na oferta de privatização da Eletrobras se encerra na próxima quarta (8).
A data vale tanto para aqueles que vão usar os recursos do FGTS quanto para os que irão participar por meio de banco ou corretoras.
Em números: a Eletrobras prevê que a oferta irá movimentar R$ 35 bilhões. A Caixa aponta que cerca de 40 milhões de trabalhadores têm a opção de usar o FGTS para participar da operação.
Como participar: o trabalhador que deseja investir os recursos do FGTS pode fazer tudo pelo app do Fundo de Garantia, desde a autorização da consulta de saldo até a seleção da administradora do FMP que será responsável pela aplicação dos recursos.
- O valor mínimo é de R$ 200, e é possível utilizar até 50% do saldo das contas de FGTS ativas e inativas. As taxas de administração vão de zero até 0,4% ao ano e são um fator decisivo para a escolha. Confira aqui as diferentes opções.
- A carência para resgatar o saldo dos FMPs é de 12 meses. A partir desse período, o dinheiro resgatado voltará para a conta do FGTS e só poderá ser sacado conforme as regras previstas na lei (veja aqui quais são elas).
- Os valores também poderão ser sacados num prazo inferior a 12 meses caso os trabalhadores se encaixem em uma das situações de saque do FGTS (demissão, aposentadoria, recurso para adquirir casa própria etc).
Varejo: para os investidores que optarem por participar da oferta pela sua conta em corretoras ou bancos, não há prazo mínimo de permanência, e a venda das ações pode ser feita a qualquer momento. O valor mínimo é de R$ 1.000 e o máximo é de R$ 1 milhão.
Relembre: a Folha já mostrou os argumentos de especialistas a favor e contra o uso dos recursos do FGTS para participar da oferta da Eletrobras.
Parceria com Musk chegaria a 27% das escolas sem internet
O projeto anunciado pelo governo e pelo bilionário Elon Musk no mês passado para levar internet via satélite a 19 mil escolas da zona rural atenderia apenas 27,2% do necessário para o país.
Entenda: segundo o Censo Escolar de 2021, pelo menos 63,3 mil escolas públicas municipais e estaduais não oferecem internet a alunos do ensino fundamental.
- A ideia da startup de Musk, a SpaceX, é levar internet banda larga para as escolas por meio de sua rede de satélites de baixa órbita, a Starlink. Para isso, porém, a empresa terá de participar de licitação e concorrer com rivais para ofertar o serviço.
Em números: outros dados do Censo também mostram barreiras para a oferta do serviço da Starlink nas escolas brasileiras. São 3.400 delas sem fornecimento de luz e outras 2.000 que funcionam com gerador.
Mais sobre Elon Musk
Um dia após afirmar a possibilidade de demissão de 10% dos funcionários da Tesla em um email, Elon Musk disse que o número de empregados irá crescer nos próximos 12 meses, mas os salários devem ficar estáveis para quem já trabalha na empresa.
Na quinta (2), ele havia enviado um email para executivos com o título "parem todas as contratações em todo o mundo" e disse que tinha um "péssimo pressentimento" sobre a economia.
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