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Denúncias de assédio motivam troca na Caixa
O presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, deixou o comando do banco estatal nesta quarta-feira (29), após ser acusado de assédio sexual por funcionárias.
Na carta em que anunciou sua saída, Guimarães nega as acusações e diz ser alvo de "rancor político em um ano eleitoral".
Entenda o caso: os episódios incluem, segundo os relatos das mulheres, toques íntimos sem consentimento, propostas inadequadas às funcionárias e outras condutas inapropriadas. As acusações foram reveladas pelo site Metrópoles na terça (28).
- Uma funcionária do banco disse em depoimento à Folha que foi puxada pelo pescoço e ouviu Guimarães falar 'estou com vontade de você'. Ela afirma ter ficado em choque após o episódio.
Quem é a substituta: a nova presidente da Caixa é Daniella Marques, braço direito do ministro Paulo Guedes. Ela ocupava a secretaria especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia.
Quem é Pedro Guimarães: próximo do presidente Jair Bolsonaro desde a campanha presidencial de 2018, se tornou figura frequente nas lives realizadas às quintas-feiras. Sua ideia, segundo assessores do Planalto, era disputar a vaga de vice de Bolsonaro neste ano.
- Em três anos de gestão, ele transformou a Caixa em uma máquina de promoção de "boas notícias" para o governo na mesma velocidade com que colecionou acusações de assédio sexual e desavenças no comando da instituição.
Mais sobre a saída de Pedro Guimarães da Caixa:
- Choro em público e cumprimentos efusivos preocupavam assessores.
- Caso respinga na eleição. O que Lula, Ciro e Tebet falaram sobre denúncias.
- Importante: saiba como denunciar assédio sexual no trabalho.
PEC Kamikaze renasce
O Senado abandonou a PEC dos Combustíveis e tirou das cinzas a chamada PEC Kamikaze para conceder benefícios com um custo extra de R$ 38,75 bilhões.
A votação foi adiada para esta quinta (30).
Entenda: o apelido para a proposta veio em fevereiro, quando foi apresentada para socorrer os profissionais impactados com a alta dos preços dos combustíveis e tinha custos estimados em R$ 100 bilhões.
- Ela foi resgatada para blindar o governo Jair Bolsonaro (PL) de questionamentos jurídicos por conceder novos benefícios em ano de eleição –caso do auxílio para caminhoneiros.
- A ideia é decretar um estado de emergência que vai valer apenas para os benefícios previstos na proposta de emenda e que não será um "cheque em branco".
O que a PEC propõe (medidas seriam válidas até o fim do ano):
- Auxílio para caminhoneiros: R$ 1000 por mês para cerca de 870 mil profissionais autônomos. Custo de R$ 5,4 bilhões.
- Aumento no Auxílio Brasil: zerar a fila de 1,6 milhão de famílias do programa assistencial e ampliar o repasse mensal de R$ 400 para R$ 600. Custo de R$ 26 bilhões.
- Auxílio gás em dobro: passa de R$ 60 para R$ 120 a cada dois meses. Custo de R$ 1,05 bilhão.
- Outros R$ 2,5 bilhões vão para a gratuidade para idosos no transporte municipal e mais R$ 3,8 bilhões para que estados produtores de etanol possam compensar desonerações no combustível.
Compromisso verde
Em um acordo histórico, os 27 países membros da UE (União Europeia) aprovaram nesta quarta um projeto para acabar com a venda de carros novos com motor a combustão até 2035.
A proposta ainda precisa ser aprovada pelos parlamentos europeu e dos países do bloco.
O que explica: a iniciativa faz parte da meta do continente de alcançar a neutralidade em carbono (entenda o termo aqui) até 2050.
- Ela também vai ao encontro de compromissos assumidos por diversas montadoras para a eletrificação de seus veículos diante de volumosos subsídios dos governos para a economia verde.
Tendência mundial: os membros da UE reforçaram que a medida é uma forma de não ficar para trás em relação às metas anunciadas por EUA e China para a eletrificação da frota.
- As vendas de elétricos dobraram em 2021 em relação ao ano anterior. Esses veículos representam 10% das transações de carros novos em todo o mundo, segundo um relatório da AIE (Agência Internacional de Energia).
- Das 6,6 milhões de unidades vendidas no ano passado, metade delas foi feita na China.
E aqui? No Brasil, a falta de infraestrutura torna o caminho dos veículos elétricos mais acidentado.
- A alta recente nos preços dos combustíveis, porém, trouxe uma nova disputa no mercado automotivo: qual montadora será capaz de oferecer o veículo 100% elétrico com preço mais em conta? Veja detalhes na coluna de Eduardo Sodré.
Mais sobre carros:
- Audi retoma produção de carros em fábrica paranaense.
- Em modo corte de custos, Tesla fecha escritório na Califórnia e demite cerca de 200 funcionários
Carregador padrão sob consulta
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) abriu consulta pública para uma proposta de padronização de carregadores de USB tipo C para celulares.
Entenda: a agência diz que optou por esse padrão por ser muito utilizado pela maioria dos fabricantes e possuir normatização internacionalmente reconhecida. Esse carregador é utilizado na grande maioria dos dispositivos com sistema operacional Android.
De lá para cá: O USB tipo C também foi o escolhido pela União Europeia no começo do mês como o padrão de carregador para dispositivos móveis a ser adotado pelas fabricantes a partir de 2024.
- O objetivo da regra, segundo a UE, é diminuir a quantidade de lixo eletrônico e também aliviar o bolso dos consumidores, que não precisarão de um carregador diferente a cada vez que comprarem um novo dispositivo.
- O acordo precisa ser ratificado pelos países do bloco e é considerado uma derrota para a Apple, que usa o carregador de tecnologia Lightning.
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