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UE impõe derrota à Apple, big techs e startups miram captura de carbono e o que importa no mercado

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UE obriga carregador padrão

A União Europeia (UE) anunciou nesta terça um acordo para que smartphones, tablets e outros dispositivos portáteis vendidos no bloco adotem apenas o carregador do tipo USB-C a partir de 2024.

A norma é considerada uma derrota para a Apple e ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento e pelos países do bloco.

O que explica: o objetivo da regra, segundo a UE, é diminuir a quantidade de lixo eletrônico e também aliviar o bolso dos consumidores, que não precisarão de um carregador diferente a cada vez que comprarem um novo dispositivo.

Modelos de iPhone12 expostos em loja da Apple nos EUA
Modelos de iPhone12 expostos em loja da Apple nos EUA - Lucy Nicholson - 24.jun.2021/Reuters

Contrariada: a Apple, que usa um carregador de tecnologia Lightning, foi grande opositora ao projeto e afirmou que a adoção de um único carregador é um freio à inovação. O tipo USB-C é usado pela Samsung e outras rivais da americana em dispositivos móveis.

Em números: os consumidores europeus gastam cerca de 2,4 bilhões de euros (R$ 12,5 bilhões) por ano em cabos e adaptadores para carregar seus aparelhos, segundo cálculos da UE.

E aqui? O Brasil ainda não tem uma norma deste tipo, mas as autoridades estão em uma ofensiva contra a venda de aparelhos sem carregador.

No mês passado, o Ministério da Justiça orientou as mais de 900 unidades de Procons de todo o país a entrarem com processo administrativo contra a Apple e a Samsung por esse motivo.


Captura de CO2 atrai big techs e startups

Na ofensiva contra a crise climática e para alcançar a neutralidade de carbono, só cortar as emissões não é suficiente. Também são necessários esforços para remover o carbono do ar, uma tarefa que atraiu big techs e startups.

Entenda: o objetivo é armazenar carbono de forma permanente ou pelo menos por mais de mil anos. Isso evita os riscos de projetos naturais de sequestro de carbono, como o plantio de árvores, que são vulneráveis ao fogo e à decomposição.

  • Hoje o processo para sequestrar CO2 é limitado e caro, mas empresas como Stripe, Alphabet (dona do Google), Shopify, Meta (dona do Facebook) e McKinsey se comprometeram a gastar quase US$ 1 bilhão para desenvolver uma tecnologia mais acessível.

Em números: os custos de projetos de captura de carbono giram em torno de US$ 250 (R$ 1.199) por tonelada de CO2. A ideia é cortar para menos de US$ 100 (R$ 479).

Startups têm apostado na energia geotérmica, uma fonte renovável e barata, para alimentar os ventiladores das usinas de captação de carbono. É o que acontece no maior projeto desse tipo do mundo, na Islândia, operado pela suíça Climeworks, que captou US$ 650 milhões (R$ 3,1 bilhões) em abril.

Dois homens conversam diante de uma grande estrutura de concreto e metal usada para capturar dióxido de carbono da atmosfera
Usina de captura de gás carbônico da empresa Climeworks, na Islândia - Divulgação

Mais sobre ESG


O recado do mercado ao pacote de combustíveis

O mercado financeiro mostrou nesta terça (7) sua reação ao pacote anunciado na véspera pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para diminuir tributos sobre combustíveis até o fim do ano.

O risco fiscal de um conjunto de medidas que pode custar até R$ 50 bilhões à União fez o real ser a moeda que teve o segundo pior desempenho frente ao dólar –atrás apenas do rublo russo.

Em números: a divisa americana subiu 1,41% no dia, a R$ 4,87, depois de chegar a bater R$ 4,93 durante o pregão. O Ibovespa recuou 0,11%, a 110.069 pontos, indo na contramão aos índices dos EUA.

O que explica: apesar de os analistas apontarem que a entrada em vigor das medidas pode reduzir o preço dos combustíveis na bomba e aliviar a inflação no curto prazo, o temor é sobre o rombo nas contas públicas.

  • Como não há espaço no teto para dezenas de bilhões em subsídios, o governo pretende fazer mais um puxadinho na regra com o envio de uma PEC ao Congresso.
  • A queda do Ibovespa só não foi mais expressiva porque as ações de Petrobras, Vale e Suzano, que são quase 29% do índice, subiram junto com os preços das commodities. O índice da Bloomberg, que reúne uma cesta desses itens, atingiu nesta terça seu topo histórico.

Mais sobre investimentos:

Saída de dólares:
o saldo de recursos gringos foi negativo nos mercados emergentes pelo terceiro mês consecutivo, mostrou o Instituto de Finanças Internacionais. Se tirar a China, que teve fluxo positivo, as perdas foram de US$ 9,6 bilhões (R$ 45 bilhões) em maio.

Fim do criptoinverno? O fluxo de investimentos em fundos de criptomoedas foi positivo em maio, num sinal para alguns analistas de que esses ativos podem estar num patamar de preço perto do fundo do poço.

Investimentos alternativos: a Vitreo lançou um fundo que busca oportunidades de ganhos com o mercado de vinhos de luxo, com possibilidade de resgate em dinheiro ou em garrafas de vinho. Entenda aqui a estratégia por trás desse tipo de investimento.


Daslu é leiloada por R$ 10 mi

Em uma disputa acirrada nos últimos minutos, a Daslu, tradicional marca de luxo brasileira, foi leiloada nesta terça por R$ 10 milhões.

Em números: cinco participantes ofertaram 32 lances na disputa pela grife nos instantes finais do leilão. O vencedor, cujo nome ainda é mantido em sigilo, vai pagar mais 5% de comissão para o leiloeiro.

  • O lance inicial foi de R$ 1,41 milhão, e estavam envolvidas no certame o nome Daslu e mais 50 submarcas relacionadas, como Villa Daslu, Daslu Casa, Daslu Homem e Daslu Pet.

Destino do dinheiro: os recursos vão para uma conta judicial, para pagar os credores da massa falida da Daslu, que acumula dívidas trabalhistas e fiscais.

A história da marca: ex-dona do endereço mais luxuoso do país, um prédio de 15 mil m² na marginal Pinheiros, na zona sul de São Paulo, a Daslu foi fundada há mais de 60 anos.

  • Ela se tornou referência no mercado de luxo, com peças importadas, a partir dos anos 1990. A grife tinha um papel de embaixadora de marcas de alto padrão e oferecia experiências luxuosas em suas lojas, como heliponto, spa, restaurantes.
  • No ano de 2005, movimentava cerca de R$ 400 milhões em vendas ao ano e empregava cerca de mil pessoas.
  • O império começou a ruir em 2005, após uma megaoperação que prendeu os donos da Daslu. A investigação apontou que havia um esquema com empresas de fachada para subfaturar importações para sonegar impostos.
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