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Brasil precisa ajudar a resolver falta de grãos no mundo, diz CEO de gigante do agro

Dona de marcas como Massey Ferguson e Valtra, AGCO investirá R$ 340 milhões em plantas em São Paulo e Rio Grande do Sul

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Brasília

Independentemente de quem vencerá a eleição presidencial no Brasil, o país precisa se sentar à mesa e ajudar a resolver o problema da falta de grãos no mundo. Essa é a avaliação do CEO da AGCO, Eric Hansotia, feita durante evento em Brasília em que foram anunciados investimentos em fábricas da gigante do agronegócio no Brasil.

Dona de marcas como Massey Ferguson, Fendt e Valtra, entre outras, a AGCO investirá em dois anos R$ 340 milhões para a produção de novos modelos de plantadeiras e a ampliação da linha pesada de tratores. Também prevê dobrar o total de revendas Fendt no país.

O CEO da AGCO, Eric Hansotia
O CEO da AGCO, Eric Hansotia - Divulgação

"O mundo está com falta de grãos, precisamos produzir mais e os insumos estão caros. O Brasil precisa se sentar à mesa e ajudar a resolver o problema. Não importa quem ganhará a eleição", afirmou Hansotia.

De acordo com ele, o Brasil é o trem de força do crescimento do agro no mundo. A constatação, conta, veio recentemente ao percorrer fazendas no país para ver o funcionamento de máquinas no campo. Notou que os produtores em geral estão sob pressão, com o desafio de produzir mais alimentos utilizando menos insumos.

"[São] Visões diferentes dos dois lados [Bolsonaro e Lula], mas a necessidade de ter um campo produtivo é grande. A produtividade brasileira, a receita do produtor, cresce em ritmo estável e acreditamos que isso vá se manter nas próximas décadas."

Os investimentos do grupo no Brasil até 2024 serão feitos principalmente em Ibirubá (RS), onde a fábrica se prepara para produzir todos os novos modelos da plantadeira Momentum, e em Mogi das Cruzes (SP), para ampliar a linha de tratores pesados e criar um centro logístico para armazenamento de peças.

A fabricante de máquinas agrícolas e tecnologia de agricultura de precisão estima que terá um crescimento de 12,6% neste ano, com foco em conseguir ampliar a frota nacional em relação à área agricultável do país.

Gerente-geral da AGCO e vice-presidente Massey Fergusson na América do Sul, Rodrigo Junqueira disse que a frota brasileira de tratores e colheitadeiras é pequena se comparada a outros países e que há uma "oportunidade fantástica de crescimento".

Enquanto o Brasil tem 1 trator para cada 108 hectares de área, os Estados Unidos possuem 1 veículo para cada 33 hectares. Na Alemanha, a relação é ainda maior: 1 trator a cada 12 hectares.

Em relação às colheitadeiras, enquanto os EUA têm uma máquina para cada 417 hectares, no Brasil a relação é de uma para 703 hectares.

A Fendt, marca que chegou há três anos ao país, deverá alcançar 22 revendas no fim do ano –são 11 hoje–, com foco em regiões de desenvolvimento do agronegócio, como Primavera do Leste, Nova Mutum e Querência, todas em Mato Grosso.

A marca já está em locais como Sorriso (MT), Rio Verde (GO) e Luis Eduardo Magalhães (BA). Das 540 lojas de todas as marcas da AGCO na América do Sul, 375 estão no Brasil.


Raio-X | AGCO

Fundação: 1990, sediada em Duluth, na Geórgia (EUA)
Marcas: Massey Ferguson, Valtra, Fendt e Precision Planting, entre outras
Receita: US$ 11,1 bilhões (2021)
Unidades na América do Sul: 10, sendo 8 no Brasil e 2 na Argentina
Concessionárias: 3.200, em 140 países
Número de funcionários: 23 mil
Principais concorrentes: John Deere, New Holland, Case e Caterpillar

O jornalista viajou a convite da AGCO

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