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Capital de giro é insuficiente para 51% das pequenas indústrias de SP

Levantamento do Datafolha a pedido do Simpi destaca alta de juros e falta de linhas adequadas

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São Paulo

A parcela de empresas com capital de giro insuficiente para fechar o mês cresceu de 41% em abril para 51% em maio, segundo indicador elaborado pelo Simpi-SP (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo) em conjunto com o Datafolha.

Esse é o maior patamar desde abril de 2021. Há ainda 39% de empresas com capital de giro na medida exata de suas necessidades e 10% com valor mais do que o suficiente para fechar o mês.

De acordo com a pesquisa, 40% das empresas apontam a taxa de juros como principal dificuldade para a tomada de empréstimos, e 28% veem a falta de linhas de crédito adequadas ao porte da empresa como principal obstáculo.

Joseph Couri, presidente do Simpi - Marlene Bergamo -10.04.2013/Folhapress

Em maio, 12% das indústrias fizeram consulta para tomada de empréstimo. Destas, 21% tiveram sucesso, e 70% receberam resposta negativa.

Joseph Couri, presidente do Simpi-SP, afirma que, além da elevação do custo de crédito, as empresas enfrentam dificuldades relacionadas ao custo da produção. Segundo a pesquisa, 79% citam problemas com preços de matérias-primas e insumos nos 15 dias anteriores ao levantamento.

A pesquisa foi realizada por telefone, de 9 a 30 de maio, com empresas no Estado de São Paulo.

"O aumento da inflação faz com que as empresas precisem de mais capital de giro para produzir o mesmo volume, pegando um dinheiro cada vez mais caro e cada vez mais seletivo, até pelo risco de inadimplência", afirma Joseph Couri, presidente do Simpi-SP.

Segundo ele, a última linha do governo federal para as empresas de menor porte foi o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), que deve ser retomado no final de julho.

O Pronampe foi criado em 2020 para apoiar micro e pequenas empresas afetadas pela pandemia do novo coronavírus. Inicialmente temporário, o programa tornou-se permanente e virou uma das apostas do governo Bolsonaro para estimular a economia. Na nova fase, passou a incluir os MEIs (Microempreendedores Individuais).

"O problema é saber se isso realmente vai chegar na ponta. Esperamos que sim", afirma Couri. "[Em 2020], apenas 7% das empresas tiveram acesso à linha."

Ainda de acordo com o levantamento, 38% dos empresários avaliam a situação da economia brasileira como ruim ou péssima, 37%, como regular, e para 24% a situação é ótima ou boa.

Para os próximos meses, 63% afirmam que a inflação vai aumentar e 8% preveem queda. Cerca de metade (49%) avalia que o desemprego ficará estável, 22% esperam queda e 28%, elevação

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