Praia com ondas, casa na árvore, campo de golfe, vinícola ou uma Toscana para chamar de lar. Condomínios focados em passatempos se espalham pelas capitais do Sudeste do Brasil.
Localizado em Teresópolis (RJ), o projeto Quinta das Amoras pretende unir sustentabilidade, vida saudável, economia inclusiva e uma trilha.
O caminho pelo Vale Alpino, cujo ponto de partida fica no condomínio de mais de 250 lotes, será iluminado durante o ano todo com lâmpadas LED alimentadas por placas solares, dando o efeito vaga-lume.
O ator Bruno Gagliasso, sócio no projeto, afirma que mais de 20 casas, entre residências e pequenos comércios, serão revitalizados ao longo do trajeto.
"Queremos que a Trilha dos Vaga-Lumes se torne uma referência na região. Acreditamos que poderá ser um roteiro turístico, com benefícios para todos os envolvidos", diz.
"Em maio tive a honra de plantar 3.000 mudas de árvores no terreno junto com clientes e muitas crianças, boa parte delas de colégios municipais da região. A nossa meta é plantar 30 mil mudas até a entrega do empreendimento, prevista para julho de 2023", afirma Gagliasso.
Com investimento estimado em R$ 10 milhões, o condomínio terá ainda um bosque com casa na árvore, pomar com mais de 5.000 m² e mais de 20 espécies frutíferas.
Em Osasco, na Grande Sâo Paulo, o Reserva Golf reunirá os amantes do esporte. O condomínio foi elaborado para manter o campo de golfe de nove buracos da família Matarazzo, segundo o CEO do Ekkogroup, Diego Dias.
O projeto fica em um terreno de 336 mil m² e terá ainda shopping com mais de 120 lojas e elevador privativo para os apartamentos de 177 m² e 280 m², quadra de beach tennis e parque aberto ao público.
"Anexo ao shopping, estará a casa de campo de Victor Brecheret, cedida pela família do artista. O imóvel será transformado em centro cultural, com obras do modernista", diz Dias.
"Nosso desejo é entregar valor à sociedade, promover a interação comunitária. O projeto todo levará dez anos", afirma o CEO.
As primeiras unidades residenciais, de frente para o campo de golfe, ficarão prontas no ano que vem. O valor do m² custa a partir de R$ 12 mil.
O avanço dos condomínios fechados de luxo nas capitais brasileiras tem exigido criatividade das incorporadoras para atrair públicos bastante específicos.
Um exemplo é o Borgo Del Vino, que fica na Areal, região Serrana do Rio, e foi concebido com foco no enoturismo.
A vila, inspirada na região medieval de Toscana da Itália, terá hotel, spa, restaurante, empório, capela, torre com mirante e um condomínio vinícola a 45 minutos do centro da cidade mineira.
O valor médio de cada lote é de R$ 400 mil. Os moradores terão à disposição cursos com sommeliers da Grand Cru, marca representada no Brasil pela família de incorporadores que cuidou do empreendimento.
"Já tínhamos uma propriedade com três hectares de vinhedos, com oito variedades de uva. Depois que conhecemos a Toscana, voltamos com a ideia de replicar aqui. Pretendemos expandir, o interior de São Paulo deve ser o próximo", diz Bernardo Eloy, sócio-diretor da Azul Incorporações.
Se existe uma pequena Toscana longe da Itália, também há espaço para uma praia distante do mar. O ambiente artificial --mas com areia natural-- tem 1 km de extensão, ondas de até dois metros de altura e foi instalado em Itupeva (SP), no condomínio Praia da Grama.
Para Paulo Liberatore, sócio-diretor da Libercon Engenharia, o local tem sido adquirido por famílias em busca de lazer no fim de semana.
"As ondas são ajustadas para iniciantes e profissionais e ocorrem a cada oito segundos, com qualidade similar ao oceano", afirma.
Liberatore diz que o empreendimento atende a uma forte demanda pelo esporte, que tem brasileiros como Gabriel Medina entre os campeões mundiais.
O condomínio tem lotes a partir de 3.000 m² e está em um terreno de mais de 67 mil m². O local traz ainda trilhas em meio à natureza, pistas de skate e cable ski para wakeboard com obstáculos. A taxa condominial é cerca de R$ 6.000 por mês.
"O cliente de luxo é 'exigência', ele não olha para o valor", afirma Yone Beraldo, gerente de marketing da incorporadora Carvalho Hosken. "Primeiro ele vê sofisticação, privacidade e segurança."
A incorporadora lançou o Península, um bairro planejado em uma área de 780 mil m² na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Todos os apartamentos terão vista para a lagoa da Tijuca. A área comum inclui dois parques de 45 mil m² cada, uma trilha e um "museu a céu aberto", diz Yone.
Entre as obras de arte expostas no empreendimento estão as de artistas como Franz Weissmann e Ascânio MMM, entre outros.
Os apartamentos do Península, com quatro dormitórios e 500 m², custam a partir de R$ 3,5 milhões.
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